É possível que seja mais uma vontade do que uma possibilidade real, mas as principais ligas do Velho Continente trabalham hoje com meados de maio como ‘prazo’ para retorno das competições nacionais, paralisadas em meio ao avanço da pandemia de coronavírus.
A projeção, no entanto, vai na contramão da curva de crescimento do contágio na Europa, o que preocupa autoridades médicas ligadas ao esporte. Em entrevista concedida ao jornal ‘Daily Mail’, o chefe médico da FIFA, Michel D’Hooghe, detonou o prazo que tem sido noticiado como ‘ponto de relargada’ para as principais ligas europeias.
“É muito cedo. Se você começar os jogos em meados de maio, terá que começar a treinar duas ou três semanas antes. Eu não tenho o futuro em minhas mãos, mas, na minha opinião, isso não é uma boa ideia. Com as informações que temos hoje, essa projeção é, definitivamente, um risco à saúde. O que posso dizer é que o coronavírus não terá desaparecido até maio, mesmo que tenha achatado um pouco mais em alguns países em relação a outros”, afirmou.
Há uma grande tensão por parte de clubes e entidades por conta do prejuízo financeiro que o longo período de inatividade acarretará. Para o médico, no entanto, a questão econômica é secundária nesse momento: “Você precisa encontrar um equilíbrio entre fatores médicos e econômicos. Você tem a escolha. O que você prefere, saúde ou dinheiro? Essa é a pergunta mais aguda. Se você iniciar a competição antes de receber a ‘luz verde’ dos especialistas médicos, privilegiando a economia à saúde, todos nós poderemos vir a ser punidos”, concluiu.
Fonte: 90min