Na última segunda-feira (16), membros da Federação Carioca de Futebol e representantes das diretorias dos clubes que participam do Estadual se reuniram na sede da entidade, visando debater qual seria o futuro da competição em meio ao surto de coronavírus no país. A decisão acabou sendo pela paralisação do campeonato, atitude correta e coerente diante da gravidade da situação. Contudo, para a surpresa de muitos, o desejo pela suspensão não foi unânime e encontrou forte resistência de um gigante: o Flamengo.
Múltiplas fontes de diversos veículos esportivos noticiaram que Rodolfo Landim, presidente do Rubro-Negro, posicionou-se de forma contrária à paralisação em um primeiro momento, alegando que a decisão traria prejuízo financeiro aos clubes. Como não poderia ser diferente, a postura do mandatário gerou revolta em torcedores (incluindo rubro-negros) e alavancou um grande debate nas redes sociais e nas mesas redondas: quantas fronteiras ‘humanas’ essa atual gestão do Flamengo é capaz de ultrapassar motivada pela sua lógica empresarial?
A reação da manada foi tão violenta que só reforça minha convicção para reproduzir aqui o trecho do Linha de Passe. pic.twitter.com/cU2EAHnCDf
— Gian Oddi (@gianoddi) March 17, 2020
A fala do jornalista Gian Oddi (ESPN), no vídeo acima, é cirúrgica e necessária: a gestão atual do clube mais popular do país flerta com a desumanidade em todas as suas posturas de cunho coletivo/social. Errou e segue errando ao burocratizar as indenizações às famílias dos dez garotos vitimados fatalmente no incêndio do Ninho; erra feio ao afastar dos estádios o seu torcedor menos favorecido financeiramente; erra também ao bancar a sequência de um torneio, decisão que exporia atletas, árbitros, comissão técnica e imprensa.
E assim, se estabelece o paradoxo dessa gestão rubro-negra: tem tudo para ser lembrada no futuro como a mais vitoriosa e bem sucedida esportivamente da história do clube da Gávea, mas também caminha a passos largos para ser recordada como a mais gélida, torpe e distante do que deveria ser sua principal prioridade: o seu povo. Jamais o dinheiro.
Fonte: 90min