O mundo vive um momento de exceção, onde todos os pensamentos e esforços estão voltados à contenção da pandemia de coronavírus. O futebol está totalmente paralisado na Europa e no Brasil, cenário necessário, mas que gera preocupação em cartolas e demais profissionais que estão ligados ao mundo da bola.
Em entrevista concedida à ‘RMC Sports’ – canal de televisão francês -, o consultor econômico Pierre Rondeau se mostrou contrário ao plano de clubes de reduzir salários de jogadores em meio à crise, visando uma diminuição de danos aos cofres das instituições.
“Por que deveríamos tirar proveito da crise para criar consciência coletiva? Se os jogadores de futebol são muito bem pagos, é porque rendem muito dinheiro aos seus empregadores: o futebol é muito popular e gera muita movimentação econômica (…) Se milhões de torcedores concordam em pagar assinaturas de TV, seguir seu time favorito ou consumir futebol, é normal que esses jogadores de futebol sejam justamente pagos no auge de sua tarefa“, afirmou.
“Não sejamos hipócritas ou populistas acusando jogadores de futebol e aproveitando a crise para exigir uma redução nos salários (…) Quando atletas pagam mais de 300 milhões de euros de impostos e contribuições para a seguridade social, não dizemos nada, mas quando a crise ocorre, pedimos a eles que baixem os salários? A questão é um tanto enganadora”, concluiu.
Puxando o debate para a realidade brasileira, há clubes verdadeiramente preocupados com a possibilidade de falência, dependendo de quanto tempo o calendário ficará paralisado. Em um primeiro momento, a negociação entre Comissão Nacional de Clubes (CNC) e Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FNAFP) parece bem distante de um acordo: os clubes propuseram uma redução de 25% nos vencimentos dos jogadores profissionais, proposta prontamente rechaçada pela entidade que representa os mesmos.
Fonte: 90min