No dia a dia do Liverpool, é Jürgen Klopp que chama atenção por seu fantástico trabalho. Mas, junto a ele, existe toda uma equipe que faz dos Reds um exemplo de bom futebol ao redor do planeta. E um dos membros deste estafe exerce uma função que pode ser alvo de chacota, mas que se mostra altamente produtiva. Thomas Grønnemark é nada menos que o treinador de cobranças de laterais da equipe atual campeã da Champions League.
Em entrevista exclusiva ao 90min da Inglaterra, o profissional falou um pouco sobre o seu dia a dia e deixou claro: “Antes de tudo, não preciso provar nada a ninguém”, disse ele, ao comentar sobre o que os homens da chamada “velha escola” pensam a respeito de sua atividade. É com números, aliás, que Grønnemark apresenta seus resultados. As métricas, para quem gosta de olhar, são bastante claras. “Na temporada 2017/2018, o Liverpool ficou em 18º dos 20 times da Premier League, mantendo a posse de bola depois de um arremesso em 45,4% das ações. Na temporada passada, essa estatística subiu para 68,4%, a melhor do primeiro escalão”, destacou. Além disso, nesta temporada, 13 gols se originaram após uma reposição.
O que a princípio parecia uma ideia estranha em um esporte muitas vezes reticente em mudanças, provou ser inovador e digno, com os chamados ganhos marginais fazendo toda a diferença. Aliás, ele está pouco se importando com o que as pessoas pensam de sua profissão. “Críticas e feedback positivos são realmente importantes no futebol e na sociedade, se forem construtivos. Agora, se as pessoas não sabem nada sobre o assunto e não estão fazendo perguntas e apenas tirando sarro, isso não me emociona, porque sinto pena delas. Acho que é um pouco triste.”
Ao longo de uma partida, existem, em média, de 40 a 60 arremessos de lateral, e entregar a bola com precisão pode ser um trunfo e tanto. Ao receber uma ligação de Klopp, que havia lido algo sobre Grønnemark em um artigo do jornal alemão Bild, enxergou ali a chance de sua vida. “Antes de tudo, para ser sincero, a maioria dos jogadores de futebol prefere jogar com os pés do que com as mãos. Mas não importa se é esporte ou vida em geral, tudo se resume a dar sentido às pessoas, e eu disse isso aos jogadores na primeira sessão. A maioria das equipes perde a posse em mais de 50% das ocasiões em que uma reposição é exercida sob pressão. Meu maior gol é mudar a mentalidade do futebol”, concluiu. É, quando sucesso e competência se misturam, o resultado é o que vemos a cada partida da equipe de Anfield.
Fonte: 90min
