Vinte e um dias de trabalho. Isso foi tudo que Fábio Carille teve no comando do Athletico-PR. Protagonizando uma temporada para lá de irregular – algo que vem desde a reta final da última campanha, diga-se de passagem -, o técnico teve como último ato a imponente goleada sofrida pela Copa Libertadores: 5 para o The Strongest (Bolívia), 0 para o atual campeão da Copa Sul-Americana.
Em quatro partidas do torneio continental, uma singular vitória. Nas quatro rodadas do Brasileirão, uma singular vitória. A marca recente derrubaria qualquer técnico, de fato. Chama atenção, contudo, que o próprio clube já vinha passando por uma mudança de comando e mentalidade após a demissão de Alberto Valentim. Bem, o futebol brasileiro e suas particularidades.
E agora? Dá tempo de salvar a temporada? Em termos temporais, claro. Mas agora não há mais margem para erro. Quem chegar irá pegar o barco andando. Bem distante do porto, aliás. E, sem poder correr mais riscos, o Furacão busca a figura de Luiz Felipe Scolari. Mario Celso Petraglia e suas contradições…
The Strongest ‘destruiu’ o Furacão | JORGE BERNAL/GettyImages
Felipão, no alto da experiência dos seus 73 anos, possui seu nome cravado na história da modalidade. Nem sempre pelos melhores motivos, é verdade. De qualquer maneira, o técnico possui, entre seus bons resultados recentes, o Brasileiro de 2018 pelo Palmeiras. Quatro anos atrás. Desde então, Jesus assumiu e se despediu do Flamengo, Abel chegou ao Verdão, Cuca retornou ao Galo…
Impossível listar todas as grandes mudanças. Hoje, recorrer a Felipão é se apegar ao passado. E isso vindo justamente do clube brasileiro que talvez mais clame pela modernidade. O Furacão muda de nome, reinventa seu escudo, quer a SAF, briga pela Liga, mas parece se esquecer que grandes marcas são construídas de dentro para fora.
Fonte: 90min