Desde a primeira temporada, Lagertha é uma das personagens mais populares de Vikings. Interpretada com maestria por Katheryn Winnick, a guerreira não demorou a ganhar o coração dos fãs.
Assim como grande parte dos personagens de Vikings, Lagertha é inspirada em uma figura “real”. Como os nórdicos não tinham a tradição de produzir registros escritos de suas histórias, realidade e lenda costumam se confundir. Alguns estudiosos acreditam que Lagertha, na verdade, era um dos nomes da deusa Thorgerd.
Saiba tudo sobre a história de Lagertha abaixo!
O nome
A história de Lagertha foi descrita pela primeira vez em Gesta Danorum, uma obra do século XI produzida pelo estudioso cristão Saxo Grammaticus.
O nome registrado por Saxo no 9º volume de seu livro é “Lathgertha”, provavelmente uma versão latinizada da nomenclatura nórdica “Hlaðgerðr”.
O termo nórdico “Hlaðgerðr” é a junção das palavras “Hlað” e “Gerðr”, que significam respectivamente “tecer” e “proteção”.
Donzela de Escudo
Segundo Saxo, Lagertha era uma “Skjaldmö”, ou donzela escudeira. A carreira de Lagertha no campo de batalha teria começado ainda na juventude
Frø, o Rei da Suécia, invadiu a Noruega e matou o regente Siward. Para humilhar a família do falecido monarca, o novo Rei obrigou as mulheres a morarem e trabalharem em um bordel.
Ao ficar sabendo da história, Ragnar Lothbrok junta um exército para vingar a morte de Siward, que era seu avô. Grande parte das mulheres humilhadas por Frø se juntam a Ragnar em batalha, e Lagertha se estabelece como a líder das novas guerreiras.
“Lagertha, uma poderosa amazona que, mesmo sendo uma donzela, compartilhava da coragem dos homens e lutava entre os mais bravos guerreiros com o cabelo solto acima dos ombros. Todos se maravilharam com seus feitos incomparáveis”, escreveu Saxo sobre a guerreira.
Lagertha e Ragnar
Impressionado com a coragem e força de Lagertha, Ragnar começou a cortejar a guerreira. Na época, a jovem morava em uma cabana isolada no vale de Gaular.
Após meses de espera, Ragnar Lothbrok chega para pedir a mão de Lagertha em casamento. No local, o guerreiro é surpreendido por um urso e um lobo selvagem, os “animais de estimação” que guardavam a casa da guerreira. O aventureiro viking consegue matar os dois protetores da pretendente, e com sua bravura consegue o amor de Lagertha.
De acordo com Saxo, Ragnar teve 3 filhos com Lagertha: um menino chamado Fridleif e duas meninas cujos nomes nunca foram registrados.
Separação
Ragnar e Lagertha se separaram após o viking retornar à Dinamarca para lutar em uma guerra civil. Pouco depois do divórcio, Ragnar se casa pela segunda vez, desta vez com a princesa Thóra Borgarhjǫrtr, filha do Rei Herraud da Suécia.
Em Vikings, Ragnar abandona Lagertha para se casar com Aslaug, que na vida real foi a 3ª esposa do líder nórdico.
Mesmo separada de Ragnar, Lagertha ainda amava e respeitava o aventureiro. Quando a situação da guerra civil se tornou impossível para as forças do guerreiro, Lagertha chegou acompanhada de um exército de 120 navios.
Em um momento épico, Lagertha teria surpreendido os inimigos de Ragnar ao aparecer com seus guerreiros (e guerreiras) no ápice da batalha, sendo essencial para a vitória das forças do ex-marido.
Independente
Após auxiliar Ragnar na guerra civil da Dinamarca, Lagertha retorna para a Suécia, onde se casa com um nobre governante de grandes extensões de terra.
A relação do casal, no entanto, nunca foi tranquila. Por fim, a guerreira acaba assassinando o novo marido com uma adaga que havia escondido em seu vestido.
Ao invés de se casar de novo Lagertha assume o nome e título do falecido marido, e governa suas terras e súditos até a morte.
Ficção ou realidade?
A história de Lagertha e suas aventuras é com certeza empolgante, porém existem poucas provas que indiquem que os eventos descritos realmente aconteceram.
De acordo com a historiadora Judith Jesch, grande parte das histórias dos primeiros 9 livros de Saxo Grammaticus (incluindo a de Lagertha) é “geralmente considerada fictícia”.
Ao retratar as guerreiras nórdicas nessas histórias, Saxo teria se inspirado na lenda das amazonas gregas, e também em uma variedade de antigas histórias da Escandinávia (principalmente da Islândia) que não tiveram sua veracidade confirmada.
Assim como grande parte dos estudiosos cristãos da época, Saxo via mulheres apenas como seres sexuais e pecaminosos. Para ele, as donzelas guerreiras dos Vikings, que recusavam a se curvar aos dogmas morais da Igreja, eram um exemplo de desordem e caos na Dinamarca pagã que teria sido “curado” pelo estabelecimento do cristianismo e de uma monarquia estável.
Vikings retorna com sua 6ª e última temporada em 4 de dezembro.
Fonte: Observatório do Cinema