Cientistas estão desvendando os segredos cerebrais envolvidos com a esquizofrenia e o porquê dos pacientes com a condição ter uma expectativa de vida consideravelmente menor — pelo menos 15 anos a menos do que os que não sofrem dela. Segundo um estudo publicado em 9 de dezembro de 2022 na revista científica Molecular Psychiatry, o principal responsável seria o envelhecimento cerebral.
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O risco de morte prematura associado à patologia está associado a suicídio e saúde física mais debilitada, mas outro fator já proposto por outras pesquisas para as chances maiores de contrair doenças e declínio cognitivo a longo prazo seria a prevalência da idade biológica do cérebro, que suplantaria a idade cronológica.
Idade cerebral e a esquizofrenia
Essa diferença é chamada de diferença na idade cerebral prevista, e estudos menores já notaram que ela é maior em pacientes esquizofrênicos, além de determinar que a discrepância cresce durante os primeiros anos desde que a doença se manifesta. Para definir melhor essa prevalência, o estudo mais recente buscou estudar cérebros em uma escala muito maior.
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Foram comparados os parâmetros de idade cerebral em mais de 5.000 participantes de 26 instituições internacionais diferentes, abarcando 2.803 pacientes esquizofrênicos com 2.598 indivíduos saudáveis, de 18 a 73 anos. Para determinar a idade cerebral, foram usados modelos treinados para observar 68 medidas de espessura do córtex e volume intracranial total, coletados por ressonância magnética cerebral de pulso T1.
Os resultados confirmaram uma maior diferença na idade cerebral prevista nos pacientes com esquizofrenia, como era de se esperar: em comparação com os pacientes saudáveis, a discrepância entre a idade cronológica e a apresentada pelo cérebro chegou a uma média de 3,5 anos a mais.
Pacientes de longa data
Também foi investigado se essa diferença tinha relação com a idade do paciente na primeira manifestação da patologia, o tempo de convivência com ela, a severidade dos sintomas e o uso e dosagem de remédios antipsicóticos, não encontrando associação. Isso sugere que a discrepância na idade não é movida pela progressão da doença ou efeitos do tratamento, já que podemos ver a diferença aparecendo ainda nos pacientes com as primeiras manifestações de esquizofrenia e também de psicose.
Agora, estudos mais específicos, estudando mais a fundo cada caso da doença, podem investigar a relação entre a idade cerebral e indicadores da doença para descobrir se poderemos, no futuro, utilizar ferramentas de detecção como essa para prevenir a esquizofrenia ou buscar estratégias para intervenção quando ela já se estabeleceu.
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Fonte: Canaltech