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Crítica Olhar Indiscreto | Série brasileira agrada e tem potencial para ir além

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Crítica Olhar Indiscreto | Série brasileira agrada e tem potencial para ir além - 1

A minissérie Olhar Indiscreto será a primeira produção brasileira a chegar ao catálogo da Netflix em 2023. A obra, assinada pela argentina Marcela Citterio, conta uma história de voyeurismo e mistério, e estreia na plataforma na primeira hora do dia 1 de janeiro. O Canaltech já assistiu à metade dos 10 episódios e conta para você as primeiras impressões.

Para começar, a obra se debruça sobre a vida de Miranda (Débora Nascimento) — uma hacker bonita e inteligente que tem como hobby observar a vida dos outros. Seu passatempo fica ainda mais interessante quando Cléo (Emanuelle Araujo), uma prostituta de luxo, se muda para o prédio em frente e ela passa a observá-la todas as tardes e noites.

Com o passar do tempo, as duas acabam criando um laço de amizade, mas a vida de Miranda muda drasticamente quando Cléo lhe pede que cuide de sua cachorrinha durante um final de semana, enquanto ela viaja com um cliente rico.


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A virada na trama

A partir desse ponto, a trama começa de vez. Enquanto Cléo desaparece, a hacker se vê envolvida com uma família rica, cheia de segredos e podridões. Sem saber direito em quem confiar, ela tem que lutar para encontrar sua amiga, mesmo que isso coloque sua própria vida em perigo.

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Após Cleo sumir, Miranda se envolve em uma rede de mentiras e suspense que coloca sua vida em perigo. (Imagem:Reprodução/Netflix)

E, vale falar, o primeiro acerto da produção é justamente o fato de as viradas não demorarem a acontecer. Já no primeiro episódio vemos Miranda matando um homem acidentalmente e tentando acobertar seu erro.

Os capítulos que se seguem também terminam com um gancho interessante para o próximo, tornando fácil terminar a série em “uma sentada só”. A sensação de “quero mais” foi uma constante enquanto assistíamos aos episódios.

Atuações que agradam

Para que a trama de Olhar Indiscreto tivesse um bom ritmo, foi preciso contar com um bom texto — mérito de Citterio e da brasileira Camila Raffanti, que ficou responsável pela adaptação — e com um elenco competente.

Débora Nascimento e Emanuelle Araujo entregam boas atuações, o que não é uma novidade, uma vez que já as vimos brilhar em diversas novelas na rede aberta de televisão. Além delas, a veterana Débora Duarte também impressiona, embora tenha pouco tempo de tela.

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O quarteto principal tem química e não decepciona. (Imagem:Reprodução/Netflix)

Ela dá vida à avó de Miranda, uma senhora com demência e perda de memória que mal se lembra dos fatos importantes de sua vida.

Completam o time Gabriela Moreyra, Gabriella Muglia, Sacha Bali, Gustavo Machado e Nikolas Antunes e Ângelo Rodrigues, que vivem, respectivamente, Heitor e Fernando, dois cunhados que se envolvem emocionalmente com Miranda.

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Além das protagonistas, o restante do elenco também entrega boas atuações. (Imagem:Reprodução/Netflix)

A sintonia do grupo transparece em tela e deixa a trama mais fluída e menos truncada. Ela é fundamental, também, nas cenas de sexo e sadomasoquismo, bem frequentes na trama.

Olhar feminino

Por falar nas cenas explícitas, elas são feitas com muito cuidado e atenção, e isso é mérito da equipe predominantemente feminina, composta pela diretora geral Luciana Oliveira e pelas diretoras de episódios Fabrizia Pinto e Letícia Veiga. Elas tiveram um olhar sensível a fim de evitar exposição desnecessária dos atores e atrizes.

Além delas, a série contou também com a coordenadora de intimidade Barbara Harrington, que ensinou à equipe a criar cenas sem correr o risco de cair no assédio. Mais do que o ato em si, a profissional também se preocupou com os figurinos, com o estado emocional do elenco e com a segurança das atrizes que ficaram amarradas às cordas.

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Cenas de sexo foram feitas com auxílio de uma coordenadora de intimidade. (Imagem:Reprodução/Netflix)

Esse cuidado pode ser percebido na tela e contribui para que as cenas façam sentido e não fossem apenas “o sexo pelo sexo”.

Outro ponto interessante de Olhar Indiscreto é explorar o fetiche do voyeurismo, tema poucas vezes retratado em produções brasileiras. Embora não tenha sido aprofundado nos primeiros episódios, a expectativa é que seja melhor desenvolvido ao longo da série.

Afinal, vale a pena assistir Olhar Indiscreto?

Com uma trama bem escrita, coesa e bem amarrada, a minissérie Olhar Indiscreto vale o play e tem potencial para conquistar o público brasileiro (e até o internacional). Os primeiros cinco episódios entregam a proposta da produção e não economizam no romance, mistério e erotismo, instigando o espectador a assistir mais.

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Prometendo (e entregando) tensão e suspense, Olhar Indiscreto é uma boa opção para assistir na Netflix. (Imagem:Reprodução/Netflix)

Se o roteiro se mantiver sem furos e a trama continuar coesa — sem “encheção de linguiça” como fez Você (You) —, Olhar Indiscreto terá grandes chances de ser um sucesso da gigante do streaming.

Se você ficou curioso para assistir à série, anote aí: Olhar Indiscreto estreia à meia noite do dia 1 de janeiro, na Netflix.

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Fonte: Canaltech