A Ford inaugurou a fábrica em General Pacheco, município próximo de Buenos Aires, na Argentina, há quase um século, em 1925 . Desde 1996, a marca produz por lá uma das picapes médias mais vendidas do Brasil, a Ford Ranger. E nesta sexta-feira (14), a companhia confirmou que também vai fabricar os motores da caminhonete por lá.
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Os dois motores que equipam a caminhonete chegavam aos nossos vizinhos importados de outros países: o 3.0 V6 turbodiesel, conhecido como Lion, vinha da Inglaterra, enquanto o 2.0 turbodiesel, chamado de Panther, era oriundo da Índia. Agora, a história mudou.
A Ford fez um investimento de US$ 660 milhões na revitalização da planta de Pacheco, sendo US$ 80 milhões apenas para incorporar a divisão de motores, que começou a funcionar neste início de junho. O Canaltech esteve presente no evento que marcou a estreia formal da nova fase da fábrica na Argentina e viu, em detalhes, as linhas de onde sairão os propulsores da picape média.
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Os primeiros motores a serem produzidos em Pacheco serão os 3.0 V6 turbodiesel e, a partir do 2º semestre, as linhas também passarão a receber as peças para montar por inteiro o Panther, 2.0. “Toda a concorrência está se movendo e nós temos sempre que melhorar mais, mas essa corrida é uma maratona”, justificou Martín Galdeano, presidente da Ford na América do Sul.
Ford deve produzir 92 mil motores por ano
Os executivos da Ford esperam produzir 92 mil motores da Ranger por ano na planta argentina e, com isso, aumentar ainda mais o controle de qualidade e a flexibilidade na produção das picapes, ajustando as linhas de acordo com a demanda de mercado.
“Os ganhos são vários. Um dos principais é ter o controle de todo o processo produtivo. Mais flexibilidade sobre demandas e mais eficiência no modelo de trabalho. Os principais reflexos serão em tempo e agilidade. Além disso, teremos ganho no desenvolvimento local, com o trabalho da engenharia dos times da Argentina e do Brasil”, explicou Kleber Fernandes, diretor de qualidade e lançamentos da Ford América do Sul, ao Canaltech.
Um detalhe interessante sobre a história da fábrica de Pacheco é que essa não é a primeira vez que a planta argentina fica responsável pela produção dos motores da Ford Ranger. Entre 2012 e 2022, os motores Puma 2.2 e 3.2 turbodiesel, que eram utilizados na antiga geração da picape, também eram nacionalizados.
Agora, de acordo com Kleber Fernandes, tudo dentro dos 5.000 metros quadrados da fábrica de motores foi construído do zero para receber os novos propulsores. “Apenas o piso e o teto são iguais”, sintetizou o executivo. “A indústria 4.0 aqui está full e isso nos traz bastante consistência em termos de qualidade”.
Como são os motores feitos na Argentina?
O primeiro motor a inaugurar a nova fase da fábrica de General Pacheco é o Lion 3.0 V6 turbodiesel. Esse propulsor é o mais potente das versões à venda da Ranger, pois entrega ao motorista 250 cv de potência e 61,7 kgf/m de torque. O consumo de combustível, segundo o Inmetro, varia entre 8,9 km/l e 10,2 km/l (cidade e estrada), e o 0 a 100 km/h é feito em 9,4 segundos.
O 2.0 turbodiesel (Panther), que fará sua estreia nas linhas apenas no segundo semestre, é menos potente, mas mais econômico. Ele gera 170 cv e 41,3 kgf/m de torque, mas tem média de consumo entre 10 km/l e 11,5 km/l, também na cidade e estrada, respectivamente. O 0 a 100 km/h é mais lento, e precisa de 11,4 segundos para ser alcançado.
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Fonte: Canaltech