Nesta segunda-feira (7), no programa Conversa com Roseann Kennedy, da TV Brasil, que vai ao ar às 21h15, a entrevistada é Lilian Gonçalves, a Rainha da Noite Paulistana. Empresária, atriz e cantora, filha de Nelson Gonçalves, o segundo maior vendedor de discos do país, com mais de 81 milhões de cópias vendidas, atrás apenas de Roberto Carlos (com 120 milhões), Lilian foi categórica: “O maior medo da vida dele era de ser esquecido. E eu não estou deixando isso acontecer. Ele foi o maior cantor da história deste país”.
Para assegurar a memória do pai, Lilian Gonçalves é responsável por vários empreendimentos em São Paulo, entre eles a Rede Biroska, uma das maiores do ramo de entretenimento da América Latina. O local é nostálgico e em tudo lembra Nelson Gonçalves: cartazes, o estilo de música da noite, amores e desamores. “É o Bar do Nelson, o bar do boêmio”, define a filha.
Na conversa com a jornalista Roseann Kennedy, a mineira de Guarapuava, conta que começou a trabalhar ainda na adolescência, vendeu jornal, foi engraxate e babá. Desde cedo, ensaiava para ser celebridade e chegou a participar de concurso de miss aos 14 anos. Lilian Gonçalves foi tema de samba-enredo da escola de samba paulista Vai-Vai e inspirou a criação da principal personagem da novela Rainha da Sucata. Sua vida também virou livro e depois ganhou as telas na minissérie JK, interpretada por Mariana Ximenes.
Durante a infância, ela conviveu com o então presidente Juscelino Kubitschek, no período em que sua mãe era cozinheira do Palácio Catetinho e guarda lembranças. Emocionada, a empresária recorda uma frase que ouviu de JK. “Ele [JK] me abraçou, beijou e falou: ‘Você Lilian, vai ser muito grande! Não esquece de me procurar. Procura quando você crescer porque eu vou te ajudar em tudo que eu puder. Mas você vai ser grande, você tem brilho!.”
Bem-humorada, Lilian Gonçalves disse que transformou os dissabores em aprendizado. “Todas as tristezas, as mágoas, as revoltas que eu pudesse vir a ter, eu transformei em alegria e trabalho”, afirmou. “Eu tinha certeza absoluta de que eu ia chegar onde eu gostaria de chegar. Chegar num patamar importante, respeitável, mesmo sendo mulher porque mulher, naquela época, era na cozinha, era cuidando do marido, cuidando dos filhos. E uma mulher empreendedora, empoderada naquele tempo, há 50 anos, era um bicho de sete cabeças. Era algo assim insuportável, impossível dos homens aceitarem.”