Cultura

No Dia Internacional do Jazz, relembre dez espetáculos em tributo ao gênero

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Gênero surgido nas comunidades da cidade de New Orleans, nos Estados Unidos, em meados do século XIX, o jazz se tornou um dos grandes patrimônios imateriais da humanidade, tendo legado ao mundo a obra de uma série de artistas que formariam o chamado Grande Songbook Americano, influenciando a música tanto ocidental quanto oriental.

No teatro, o gênero foi responsável pela formação musical de uma série de espetáculos escritos por autores que, embora não fossem jazzistas, usaram da linguagem para formar sua obra e dando surgimento, principalmente, ao catálogo da chamada Broadway clássica.

Autores como Cole Porter, Oscar Hammerstein II, Richards Rogers, John Kander & Fred Ebb, Jule Styne e mesmo Stephen Sondheim tiveram no jazz sua principal influência para formatar a obra teatral que também influenciaria a forma de se fazer teatro musical ao redor do mundo.

Confira abaixo uma seleção de 10 espetáculos que, de alguma forma, prestam um tributo ao Jazz, lembrado neste dia 30 de abril como tendo seu próprio Dia Internacional celebrado pela Unesco:

1- My Way – El Musical – La Vida de Frank Sinatra

No Dia Internacional do Jazz, relembre dez espetáculos em tributo ao gênero - 1

Celebrar o jazz sem lembrar de Frank Sinatra se tornou impossível desde que o intérprete se tornou uma das grandes febres do mercado norte americano, entrando para a história como a voz, responsável por dar interpretações marcantes e – consideram alguns críticos – definitivas para canções que se tornariam clássicos do songbook americano. Mesmo canções fora do repertório jazzístico atingiram patamar de clássicos imortais na voz tamanha de Sinatra que teve a vida e a trajetória artística celebradas em 2018 em My Way – El Musical, espetáculo biográfico montado na Espanha e se sobressaindo como um dos grandes hits das cidades de Madrid, Barcelona e Sevilha, por onde seguiu em turnê. Na obra, clássicos como So in Love, The Lady is a Tramp, I’ve Got you Under my Skin e New York, New York contavam a vida do cantor norte americano.

2- Lady Day at Emerson’s Bar & Grill

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O nome de Billie Holiday se confunde com a formação do grande songbook americano. A cantora foi responsável pela celebração histórica do jazz como o grande ritmo para as grandes intérpretes americanas. Escrita por Lanie Robertson, a peça musical narra passagens da vida de Holiday pela voz da própria artista, representada numa série de shows na casa de shows Emerson’s Bar and Grill, na Philadelfia, retratado como suas últimas apresentações antes de sair de cena vítima de uma cirrose hepática. A obra estreou originalmente em 1986 em Atlanta e, no mesmo ano chegou ao off-Broadway. Em 2014, Audra McDonald estrelou a montagem na Broadway, que lhe rendeu seu sexto Prêmio Tony, sendo a primeira atriz a ser premiada nas quatro categorias do gênero (melhor atriz coadjuvante em uma peça,melhor atriz coadjuvante em um musical, melhor atriz em uma peça, melhor atriz em um musical). O espetáculo foi filmado, gerando um especial para a televisão e se tornando uma das obras mais elogiadas da década passada.

3- Amargo Fruto – A Vida de Billie Holiday

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No Brasil, Lady Day também foi celebrada com a montagem de Amargo Fruto, musical de Jau Sant’Angelo e Ticiana Studart (que também assinou a direção) baseado na vida e na obra da artista que completaria 100 anos em 2015. Lílian Valeska dava vida a Holiday neste texto estruturado para, tal qual Lady Day at Emerson’s Bar & Grill, narrar a vida da artista através de uma última série de shows. Na obra, canções como Summertime, So in Love e God Bless the Child eram interpretadas sem emular a voz ou os rejeitos da diva do jazz, o que garantiu o sucesso de crítica a obra montada em 2016.

4- Tom & Vinicius – O Musical

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Projeto idealizado para compor as comemorações dos 50 anos da Bossa Nova em 2008, o musical Tom & Vinicius marcava o início da parceria da dupla que, junto a batida diferente do violão de João Gilberto, revolucionaria a música brasileira com a criação da bossa que, embora influenciada diretamente pelo jazz, ajudou a redimensionar o cancioneiro brasileiro justamente na seara jazzística internacional, encorpando o repertório de nomes como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Peggy Lee, entre outros titãs do gênero, chegando até a nomes contemporâneos, como Diana Krall, que em 2008 dedicou um disco inteiro a Bossa Nova. No musical de Daniela Pereira de Carvalho e Eucanaã Ferraz, a dupla era representada por Marcelo Serrado (Tom) e Thelmo Fernandes (Vinícius) sob a direção de Daniel Herz, e narrava o encontro e início da parceria até a consagração internacional.

5- Sammy – The Sammy Davis Jr. Musical

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A obra de Sammy Davis Jr. foi a que melhor fundiu o jazz a outros ritmos populares, desde o soul e o blues até o rock. O artista norte americano saiu de cena com uma obra que o transcendeu, mas que ajudou a influenciar gerações que dedicaram sua obra e carreira ao jazz moderno. Sua vida e obra seriam celebrados neste ano de 2020 com a estreia de Sammy – The Sammy Davis Jr. Musical, com estreia agendada para junho em Londres. Contudo,devido a pandemia do novo COVID-19 (Coronavírus), a estreia está suspensa tanto a produção da obra quanto do Lyric Hammersmith Theatre não têm previsão de uma nova data. Escrito pela vencedora do Oscar Leslie Bricusse, o espetáculo seria estrelado por Giles Terera.

6- Unchain my Heart – A Ray Charles Musical

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Em 2007, na cidade de Pasadena, o musical Ray Charles Live! celebrou o legado do cantor, compositor e pianista morto então há três anos. No musical, a vida e a obra de Charles era passado a limpo e comprova não apenas a influência do jazz em seu soul e r&b, mas também o papel que o músico teve na popularização massiva da obra de nomes como B.B King e Sammy Davis Jr. Três anos após a estreia, e com o título de Unchain my Heart – A Ray Charles Musical, o espetáculo marcou sua estreia na Broadway. Contudo, problemas com os direitos das canções e de imagem do compositor fizeram a produção ser adiada diversas vezes. Outras produções foram anunciadas em 211, 2012 e 2013, mas o musical nunca chegou a estrear na Broadway, permanecendo inédito até hoje.

7- Cole Porter – Ele Nunca Disse que me Amava

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Espetáculo que representou a consolidação qualitativa da obra da dupla de diretores Charles Moeller & Claudio Botelho, Cole Porter – Ele Nunca Disse que me Amava celebra a figura do compositor considerado um dos mais importantes não apenas para o teatro musical, mas para a música popular americana. Através da figura de seis mulheres essenciais em sua vida: a mãe, a esposa, a melhor amiga, a agente, a diva e a morte. Na obra, a vida de Porter era passada a limpo através, principalmente de sua música. Standards do jazz como So in Love, Night and Day, Too Darn Hot e Everytime we Say Goodbye marcavam a produção que contou com duas montagens. A original, em 2000, se sobressaiu como um dos grandes sucessos da dupla Moeller e Botelho, e contou com nomes como Ivanna Domenyco, Stella Maria Rodrigues, Alessandra Verney, Ada Chaseliov, Inez Vianna e Gottsha no elenco original. Na remontagem de 2019, dirigida também pela dupla, o elenco contou com Stella Maria Rodrigues, Gottsha (substituída por Marya Bravo na temporada paulistana) e Alessandra Verney egressas do elenco principal, com a adesão de Bel Lima, Malu Rodrigues e Analu Pimenta.

8- Chet Baker – Apenas um Sopro

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Espetáculo encenado originalmente em 2016, Chet Baker – Apenas um Sopro narrava um dia na ia do astro do jazz americano. Após perder os dentes como resultado de uma briga de rua, Baker entra pela primeira vez no estúdio para a gravação de seu novo disco. O trompetista precisa lidar com a desconfiança dos músicos, amigos e veteranos da arte do jazz, enquanto enfrenta a derrocada de sua carreira. Escrita por Sérgio Roveri sob a direção de José Roberto Jardim, o espetáculo traçava bonito perfil dos sobreviventes do songbook americano com (bom) elenco formado por nomes como Anna Toledo, Jonathas Joba, Piero Damiani e Ladislau Kardos e encabeçado por Paulo Miklos na pele de Baker.

9- After Midnight

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A revista musical narra os bastidores das apresentações no mítico Cotton Club, um bar de jazz localizado no bairro do Harlem, nos Estados Unidos, com direito a clássicos do jazz e do blues. A obra passeia pelo repertório de nomes como Duke Ellington, Jimmy McHugh, Dorothy Fields e Harold Arlen. Em 2015, o espetáculo estreou na Broadway e teve em seu elenco nomes como as cantoras Fantasia e Vanessa Williams.

10- Chicago

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Único musical da lista com um repertório composto especialmente para o desenvolvimento de sua história, Chicago é o espetáculo que mais e melhor homenageia o jazz em sua essência iconoclasta e contraventora. Na obra, escrita pela dupla John Kander e Fred Ebb ao lado de Bob Fosse, uma cantora de um clube noturno assassina seu marido e se torna uma estrela e principal musa inspiradora para a jovem Roxie Hart, que sonha em se tornar uma estrela dos clubes noturnos e assassina seu amante quando se vê enganada. O espetáculo – assim como boa parte da obra de Kander & Ebb – bebe diretamente na fonte do jazz, tendo canções vertidas a standards do gênero, como o tema de abertura All that Jazz, o encerramento do primeiro ato My Own Best Friend e o grand finale Nowadays. Uma segunda montagem do espetáculo está prometida para estrear no Brasil ainda em 2020, com Emanuelle araújo, Paulo Szot e Carol Costa nos papéis principais.

Fonte: Observatório do Teatro