O fim de semana foi de muita atividade lúdica e científica na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro. O local recebeu a quarta edição do Festival Museu Nacional Vive, que tem levado as atividades para tendas montadas no parque, após o incêndio que destruiu sua sede em setembro do ano passado.
Ao todo, foram ofertadas aos visitantes 45 atividades, em parceria com o Sesc RJ. As crianças puderam participar de oficinas e jogos, como o de pintura em artemuralismo e o quiz sobre ciências naturais e curiosidades do Museu Nacional.
O Departamento de Botânica ofereceu oficinas sobre a montagem de exsicatas, que são amostras de plantas prensadas, secas e fixadas em cartolina para fins de estudo botânico; de palinologia, para explicar a importância do grão de pólen e dos polinizadores; e de etnobotânica, sobre os aromas do quintal de casa.
Também foram oferecidas atividades sobre a morfologia de peixes, as coleções de anfíbios e répteis, de antropologia social e sobre a Antártica. No projeto Renascer das Cinzas, os frequentadores foram convidados a apontar o que desejam para o novo Museu Nacional.
Uma das atividades que mais atraiu o público é a Oficina de Stencil, que customizou camisetas e sacolas ecológicas de pano com desenhos e frases de apoio como “Museu Nacional Vive”, “Museu é do Povo” e “Museu na Luta”. Moradora do bairro, Aline Ramos levou a filha Letícia, de 5 anos, para participar do festival.
“Venho, sempre que possível, têm sido muito boas as brincadeiras para as crianças. Adoramos poder escolher as camisetas, é um evento bem familiar. Uns dois meses antes do incêndio, trouxemos nossa filha para visitar o museu”, lembrou.
A pequena Letícia escolheu um desenho de borboletas para a sua camiseta. “Eu gosto de brincar aqui, já fui na pintura de meteorito, agora vou na amarelinha. Eu escolhi a borboleta porque gosto”.
Outras atividades incluíram oficinas de pipa e de origami de caranguejo; exposições de bioeconomia, instrumentos musicais inovadores e sobre o mangue; e brincadeiras tradicionais como badminton, dominó, jogo da velha, dama e quebra-cabeça; além de aulas de tai chi chuan, defesa pessoal, alongamento e de prevenção de arboviroses.
Pesquisa e extensão
Além de promover atividades para o público que frequenta o parque da Quinta da Boa Vista, o professor do Departamento de Biologia do Museu Nacional Paulo Buckup explicou que o mais importante do festival é mostrar à população a ciência que é feita na instituição de pesquisa e ensino, que é ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“É importante para o público saber o que se faz de ciência de verdade no Museu Nacional. Você vê no estande dos peixes; além dos peixes que estamos mostrando, um banner com a sequência de DNA, para mostrar que a gente faz ciência de ponta, a gente estuda a biodiversidade usando sequências gênicas”.
Ele lembrou que as atividades científicas do museu não pararam após o incêndio. “Principalmente a parte de ensino e pesquisa. A guarda de material histórico é algo que a gente faz para poder fazer ensino, pesquisa e, no caso das exposições, fazer divulgação para o público em geral. A gente está trabalhando no dia a dia, com o resgate nesse prédio e com as atividades de reconstrução do museu. Temos bolsistas do ensino médio, de graduação, pós-graduação, pós-doutorado”.
O Museu Nacional já fazia atividades abertas ao público antes do incêndio, participando de eventos como a Primavera dos Museus. Após a tragédia, passou a adotar o nome Festival Museu Nacional Vive. A primeira edição ocorreu em outubro no ano passado, em junho foi feito um maior, para celebrar os 201 anos da instituição, e em setembro ocorreu outro. Está previsto mais um festival para dezembro. As atividades ocorrem sempre em dois dias, sábado e domingo, das 10h às 16h.
Fonte: Agência Brasil