As fortes chuvas do verão costumam causar preocupação nas regiões metropolitanas brasileiras por conta das graves consequências que elas podem ter. Elas estão relacionadas às enchentes, inundações e aos alagamentos, que causam prejuízos à população e até levam vidas.
Esses três fenômenos, porém, não são sinônimos: há uma diferença sutil entre eles. A enchente e a inundação são partes do ciclo de um rio e só representam um risco se a área que ele naturalmente abrange foi ocupada pelos humanos. Já os alagamentos representam um acúmulo de água artificial, eles não estão relacionados com corpos d’água naturais.
O Canaltech te explica quais são os conceitos de enchente, inundação e alagamento e o que está fazendo as ocorrências desse tipo de desastre aumentarem nos últimos anos.
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O que é enchente
Todo rio possui três áreas que naturalmente ele pode ocupar, entre as quais ele varia com o tempo: as duas primeiras são o seu leito menor e o leito maior. O leito menor representa o volume de um rio em épocas de estiagem — as temporadas de seca. Já o leito maior é atingido em épocas de chuva, especialmente em precipitações fortes e constantes.
Durante uma enchente, a água do rio atinge sua cota máxima de altura, porém não há transbordamento. Isso não significa que enchentes não possam causar danos às pessoas. Especialmente em cidades altamente urbanizadas, o leito maior dos rios pode estar ocupado por ruas, avenidas e residências.
O que é inundação
A terceira área que um rio ocupa naturalmente é a sua planície de inundação, também chamada de várzea. Isso acontece quando, por conta de chuvas mais intensas, a água transborda inclusive do leito maior que o rio ocupa.
Em regiões planas e com alta incidência de chuvas, a área correspondente à várzea de um rio pode ser enorme. No caso do Rio Amazonas, que, além de ser o maior do mundo, passa por uma região extremamente plana, a várzea pode chegar a 200 quilômetros de largura.
No caso de cidades como São Paulo, as planícies de inundação não são tão grandes, mas outro problema pode acontecer. A retificação dos rios e córregos faz com que o volume que ocuparia essa área seja limitado a um canal menor, enquanto a planície é ocupada por casas e prédios.
O que é alagamento
Os alagamentos, por sua vez, não estão relacionados com rios. Eles são um acúmulo momentâneo de águas, causado artificialmente em ruas cuja drenagem não é capaz de suportar o volume de água de um evento de chuva.
O que causa alagamentos
As principais causas dos alagamentos são a alta impermeabilização do solo, que impede a infiltração da água da chuva, um sistema de drenagem urbana ineficiente e o descarte irregular de resíduos, que pode obstruir esses sistemas.
A intensificação das chuvas, inundações e alagamentos
É de grande importância ambiental conservar os rios e a vegetação em suas margens. A legislação brasileira proíbe a construção de 30 a 500 metros nas margens dos rios, a depender de sua largura. Porém, o contexto histórico da urbanização brasileira fez com que muitas destas áreas fossem ocupadas de forma irregular. É importante notar que há muitos casos de pessoas em situação de vulnerabilidade que ocupam as várzeas do rio pois sua condição social não permite uma moradia regular.
Além dessa ocupação estar consolidada, as chuvas intensas, inundações e alagamentos vêm aumentando significativamente nos últimos anos. Esse aumento está relacionado com as mudanças climáticas que afetam a Terra e exige esforços como a redução de emissões de poluentes para ser revertido.
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Fonte: Canaltech