O evento de aquecimento do Oceano Pacífico conhecido como “The Blob”, ou “A Bolha”, que elevou em 3ºC a temperatura média das águas entre 2014 e 2016 ainda tem impactos visíveis. Estudos mostram que a vida marinha ainda não se recuperou dos efeitos do aquecimento anormal mesmo seis anos após o ocorrido.
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Com um apelido que lembra o filme de terror homônimo de 1958, o Blob foi um verdadeiro horror ambiental. Se nas telas a bolha assassina era uma espécie de geleia que devorava as pessoas, no mundo real ela foi uma enorme região do Oceano Pacífico cuja temperatura chegou até os 40ºC. O efeito se prolongou do Alaska até o México.
A vida marinha foi altamente afetada, especialmente a dos animais fixos, como o caso de esponjas e anêmonas. Enquanto espécies naturais deste ambiente sofrem para se recuperar, por outro lado, espécies invasoras têm se proliferado com facilidade.
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As espécies invasoras são do filo dos briozoários, minúsculos invertebrados aquáticos que se organizam em colônias. Elas puderam prosperar graças a um grande desequilíbrio no sistema causado pela água quente: a temperatura da água limitou a troca de nutrientes entre o fundo e o topo do oceano. Com poucos nutrientes, grande parte do fitoplâncton morreu e, consequentemente, os animais que se alimentam dele também.
As espécies naturais deste local também não lidaram bem com a nova temperatura em termos metabólicos. Sua demanda por energia aumentou, sendo que eles já estavam obtendo pouca pela falta de alimento. Isso facilitou a proliferação dos invasores, que além de se adaptarem bem às condições de temperatura, não possuem predadores no local.
As mudanças no equilíbrio ecológico do sistema pós-Bolha podem até ter chegado a um ponto irreversível, ou pelo menos ser um efeito que vai levar muito tempo para ser recuperado. A preocupação dos cientistas é que a temperatura do oceano pode passar por novos aumentos até que isso aconteça.
Um dos responsáveis pelo estudo, ecologista marinho Bob Miller, da Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, ressalta a importância de um monitoramento a longo prazo para compreender os impactos de tais eventos.
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Fonte: Canaltech