Os cavalos foram domesticados pelos seres humanos há milhares de anos, sendo usados para transporte e em práticas de agricultura até os dias atuais. A cada 4 a 6 semanas, os potentes animais têm de passar por uma troca de ferradura, um requisito importante para que consigam continuar trabalhando sem problemas. Você já deve ter se perguntado o porquê da necessidade do acessório e se os animais se machucam com seu uso, não é mesmo?
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Bem, os cavalos domesticados pelo ser humano — cujo nome científico é Equus caballus — são selecionados geneticamente para terem o melhor desempenho possível, e essa espécie precisa das ferraduras por ter patas delicadas, precisando de uma proteção extra para evitar lesões. Isso é porque o casco dos cavalos pode acabar se desgastando além da conta, ficando sensível e deixando o equino manco.
Como é o casco de um cavalo
A parte externa do casco, que nós chamamos de muralha, é feita de um material semelhante ao de um chifre, chamado epitélio de queratina. Ela cresce continuamente, e precisa ser aparada da mesma forma que as unhas humanas. Além de proteger essa parte do casco de desgastes, a ferradura ajuda a manter a pata dos cavalos no formato adequado para a locomoção.
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O casco pode ser gasto excessivamente por terreno acidentado ou áspero demais, como um que contenha areia e rochas, até acabar com o casco interno exposto. A dor causada pela locomoção nessas condições pode acabar impedindo o cavalo de andar. Em outras épocas da humanidade, esse tipo de condição teria impedido que os animais fossem usados no campo de batalha ou em épocas de colheita, o que levou os humanos à invenção da ferradura.
Estima-se que a ferradura tenha surgido desde a domesticação dos cavalos, há cerca de 6.000 anos. A despeito do nome, os primeiros acessórios para cascos eram feitos de couro ou à base de plantas, com ferraduras realmente de metal surgindo em aproximadamente 500 d.C., se popularizando e virando um item de uso generalizado nos 500 anos seguintes. Atualmente, as mais comuns são feitas de aço ou alumínio, mas há versões de resina, plástico e borracha, também podendo ser pregadas ou coladas ao casco.
Nem todos os cavalos, no entanto, precisam de ferradura. A necessidade desse uso depende do tipo de atividade exercida pelo animal, como o terreno que frequentará, a finalidade da montaria e a sua frequência, por exemplo. Cavalos montados em terrenos rochosos ou em concreto serão vistos usando ferradura com mais frequência, mas mesmo cavalos não utilizados como montaria podem precisar dela, por conta do terreno, ou até mesmo de ferraduras terapêuticas para ajudar com problemas nas patas.
Cavalos que são pouco montados ou ficam apenas em terreno com grana ou, no geral, pouco áspero, podem ficar sem ferradura, requerendo apenas visitas regulares do ferrador para aparar os casos. Animais selvagens, como os mustangue (ou cavalos bravios), não precisam de ferradura em terreno acidentado por terem cascos mais fortes, já que não foram selecionados geneticamente por humanos. Ainda assim, exageros ainda podem gastá-los demais e deixá-los mancos, custando, em geral, a própria vida do cavalo.
A ferradura dói?
Por fim, é garantido que os cavalos não sentem dor ao serem ferrados, já que não há vasos sanguíneos ou nervos na muralha do casco. A afixação da ferradura, quando feita da forma correta, não gera desconforto, mas o procedimento errado pode, sim, acabar machucando o animal. O tamanho errado de ferradura ou formato inadequado, bem como o posicionamento errôneo dos pregos ou pressão em locais impróprios pode causar dor. Cortar mal o casco também pode gerar desconforto ou coxeio, com ou sem ferraduras.
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Fonte: Canaltech
