Um novo estudo científico examinou a capacidade de degradação de bioplásticos — plásticos feitos a partir de fontes renováveis — em ambientes marinhos, mostrando que o material pode não ser tão amigável ao meio ambiente quanto parece. Frequentemente apontados como uma alternativa ao plástico tradicional, derivado do petróleo, os compostos não mostraram sinais de biodegradação em mais de um ano expostos à natureza.
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Com o mundo voltando suas atenções para a poluição plástica, um dos principais desafios a serem enfrentados é o uso de plásticos de uso único — aqueles que são jogados fora após a primeira utilização, como canudos, talheres descartáveis e filmes de embalagens. Bioplásticos como o PLA, poliácido lático, são fabricados a partir de substâncias extraídas de vegetais como milho e cana de açúcar. Esse material é amplamente considerado degradável por microrganismos naturalmente e compatível com atividades de compostagem.
Contudo, a pesquisa realizada por cientistas da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, mostrou que, na prática, o PLA não é tão amigável quanto parece. No experimento realizado pelos pesquisadores, em mais de 400 dias em condições naturais no oceano, o bioplástico não mostrou nenhum sinal de degradação. Além disso, para ser compostável, o PLA demonstrou exigir altas temperaturas, que não são atingidas naturalmente.
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Sarah-Jeanne Royer, uma das responsáveis pelo estudo, afirma que empresas que vendem seus produtos com PLA afirmando estarem reduzindo a poluição plástica estão enganando os consumidores. Ela diz que parte do problema está no uso de termos imprecisos, pois o nome “bioplástico” faz parecer que o material não possui impactos ambientais — o que não é verdade, especialmente se suas moléculas são arranjadas para imitar um plástico convencional. A IUPAC, organização internacional de Química, recomenda que o termo “polímero bio-baseado” para evitar interpretações incorretas.
Para Sarah, é importante que as empresas deixem claro que materiais estão utilizando. “A informação não pode estar escondida ou difícil de ser encontrada.” Além da clareza para o consumidor, a questão ajuda a destinação correta dos resíduos. “A identificação correta é necessária, pois é contraprodutivo comprar PLA e descartá-lo de forma errada.”
Caso ele seja coletado para destinação correta, o PLA pode ser, sim, uma alternativa promissora, mas não deve ser a única opção considerada. O consenso entre os ambientalistas é que a medida mais efetiva é reduzir o consumo. “Criar um produto exige muitos recursos e energia. Usá-lo apenas por alguns minutos e descartá-lo não faz sentido,” conclui Royer.
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Fonte: Canaltech