A Lua parece exercer uma força de maré no “oceano” de plasma, localizado na região interna da magnetosfera da Terra. É o que concluiu um novo estudo de Balazs Heilig, pesquisador do Institute of Earth Physics and Space Science na Hungria. Segundo ele, o processo gera flutuações parecidas com as marés dos oceanos.
- 3 efeitos que as fases da Lua parecem causar nos humanos
- Qual é a importância dos satélites naturais para seus planetas?
Ele trabalhou com mais de 40 anos de dados coletados por satélites de diferentes missões científicas, para monitorar mudanças da plasmosfera a cada minuto. A plasmosfera é uma estrutura em formato de rosquinha encontrada sobre as linhas do campo magnético da Terra, logo acima da ionosfera. Como o plasma presente ali é mais denso que o das regiões externas da magnetosfera, ele afunda.
Isso faz com que surja uma espécie de “fronteira” entre o plasma denso e afundado, e o restante. Ali existe, então, a chamada “plasmopausa”. Os autores descrevem que a plasmosfera é como um oceano de plasma, e a pausa, a superfície — e é ali que ocorrem os efeitos da Lua. Através das forças de maré, ela “distorce” o oceano e faz sua superfície subir e descer, como ocorre nas marés da Terra.
–
Podcast Porta 101: a equipe do Canaltech discute quinzenalmente assuntos relevantes, curiosos, e muitas vezes polêmicos, relacionados ao mundo da tecnologia, internet e inovação. Não deixe de acompanhar.
–
Dados obtidos entre 1977 e 2015 indicaram um padrão interessante. Naquele intervalo, houve quatro ciclos solares completos, que permitiram análises do papel da atividade solar na magnetosfera terrestre. Ao levar em conta a influência do Sol, os cientistas perceberam que as mudanças da plasmopausa acompanhavam padrões diários e mensais parecidos com aqueles das marés dos oceanos terrestres.
Estas mudanças sugerem que a Lua era a principal “culpada” pelas marés de plasma. O autor ainda não sabe ao certo como nosso satélite natural causa estas marés, mas é possível que o processo esteja relacionado às perturbações do campo magnético terrestre causadas pela atração da gravidade lunar.
Por fim, ele acredita que esta interação até então desconhecida entre a Terra e a Lua pode ajudar os pesquisadores a entender melhor outras mudanças na magnetosfera — e estudos futuros podem investigar se o plasma da magnetosfera de outros planetas é influenciado por seus respectivos satélites naturais. “Estas descobertas podem ter implicações para as interações de marés em outros sistemas de dois corpos”, finalizou.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Physics.
Trending no Canaltech:
- Xiaomi lança walkie-talkie com alcance de 5 km e bateria para até 120 horas
- 5 motivos para NÃO comprar o Hyundai HB20S 2023
- 8 grandes novidades da One UI 5.1
- 3 efeitos que as fases da Lua parecem causar nos humanos
- Quais as maiores pepitas de ouro já descobertas no Brasil e no mundo?
- Status do WhatsApp ganham “Amigos Próximos”, posts em áudio e mais
Fonte: Canaltech