O solo é um ambiente dinâmico: sua composição, umidade e as formas de vida que ele abriga estão em constante mudança. Até a própria quantidade dele presente em uma região muda com o tempo. Um fator determinante nesse processo é a erosão, presente tanto na formação do solo quanto na sua perda. Mas o que é uma erosão?
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A erosão é um processo natural: ela consiste no desgaste do solo e de rochas, por efeitos químicos ou físicos, e no transporte do material degradado para outro local. Contudo, a ação humana tem intensificado esse processo de formas preocupantes.
Para entender o que é uma erosão e os seus impactos, é necessário conhecer seus diferentes tipos e agentes causadores.
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Tipos de Erosão
A erosão é geralmente classificada de acordo com seu agente causador, ou seja, pelo elemento que está agindo sobre o solo. Estes agentes incluem a água da chuva, dos rios ou dos mares, o vento e até mesmo a neve.
Erosão Pluvial
Um dos tipos mais importantes de erosão, especialmente no Brasil, é a pluvial: a erosão causada pela água da chuva. Quando as gotas d’água atingem a superfície, ela provoca respingos que desintegram partículas agregadas do solo. Estas partículas, agora de menor tamanho, vão ocupar pequenos poros por onde a água se infiltraria na terra.
Quando o solo está saturado, ou seja, quando ele não consegue mais absorver a água da chuva, ela começa a correr pela superfície terrestre. Desta forma, as partículas do solo são removidas em camadas, em um processo chamado de erosão laminar.
Se o volume e a velocidade do escoamento da água são altos o bastante, a erosão pode se concentrar em certas partes do relevo mais favoráveis e começar a formação de sulcos erosivos. A princípio, os sulcos têm alguns poucos centímetros de profundidade, mas eles podem crescer, em profundidade e largura, e se tornarem ravinas.
Por fim, o tipo mais grave de erosão pluvial acontece quando as ravinas atingem o lençol freático. Neste ponto, são formadas as voçorocas, crateras de grandes larguras e profundidades.
Erosão Fluvial
A ação da água dos rios sobre seu leito e suas margens pode causar um processo de erosão chamado de fluvial. No primeiro momento, a erosão fluvial atua principalmente no fundo do canal, removendo o material ali presente e aprofundando o rio. A partir de um ponto, a profundidade se estabiliza, e a remoção de material passa a ser principalmente nas margens. Um fator que tem grande influência neste tipo de erosão é a presença ou ausência da mata ciliar: a vegetação mais próxima ao rio.
Quando a erosão da margem acontece mais em sua base que na superfície, ocorre um processo chamado de solapamento. O desgaste da base pode desestabilizar as camadas superiores e causar um desmoronamento nas margens do rio.
Erosão Marinha
A ação constante das ondas do mar sobre as rochas e sobre o solo costeiro causa um desgaste químico e físico que também leva a sua erosão. A extensão da faixa de areia nas praias depende muito deste tipo de erosão.
Erosão Eólica
A erosão eólica é um processo lento em que o vento age sobre o solo ou rochas, movimentando partículas soltas do solo ou desgastando a superfície através do atrito com as partículas que são carregadas.
Erosão Glacial
A erosão glacial não acontece no Brasil, mas é um fenômeno importante em locais onde é comum o acúmulo de gelo e neve na superfície. Essa erosão é causada pelo atrito entre o gelo e o solo ou rocha em que ele se deposita. Quando ele começa a derreter, o gelo desliza sobre a camada superficial do solo causando um desgaste no material.
Consequências da erosão
A principal consequência dos processos erosivos é a perda da qualidade do solo. Além da própria remoção de material do solo, muitos dos nutrientes presentes nele de grande importância para o crescimento das plantas é carregado pela água no fenômeno chamado de lixiviação. O solo de baixa qualidade pode se tornar improdutivo ou até entrar em processo de desertificação.
Como diz a famosa Lei de Lavoisier, nada na natureza se cria e nada se perde. Todo o material carregado pela erosão é depositado em algum lugar e, neste ponto, surge o problema de assoreamento de corpos d’água. Rios e córregos próximos vão receber o material erodido e perder volume. O assoreamento pode impactar também a flora e fauna desses corpos d’água.
A erosão também pode ter impacto direto em vidas humanas. No caso de habitações em encostas e margens de rios, a erosão pode deixar a área mais suscetível a deslizamentos de terra, colocando em risco a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Como evitar a erosão
Não é possível evitar totalmente a erosão, já que este processo é natural. Porém, várias medidas em relação ao uso do solo podem ser tomadas para que ela não tenha grandes impactos para o meio ambiente e para a população.
A manutenção da cobertura vegetal original diminui o impacto da chuva sobre o solo, já que as folhas das árvores amortecem os pingos antes deles atingirem a superfície. Além disso, as raízes das plantas ajudam a estabilizar o solo, “segurando” as partículas e impedindo que elas sejam carregadas pela água.
Boas práticas agrícolas também diminuem a erosão do solo em áreas rurais. Monocultura, uso excessivo de agrotóxicos e queimadas facilitam o empobrecimento do solo e o deixa mais suscetível a erosão. Agricultura orgânica, rotação de culturas e plantio em curvas de nível são alternativas de menor impacto.
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Fonte: Canaltech