Cientistas da Utrecht University (UU), nos Países Baixos, têm uma boa notícia: existe menos plástico não reciclado nos oceanos do que foi anteriormente estimado. A descoberta não deve ser encarada como uma carta branca para que o atual descarte de produtos plásticos continue da forma como está, mas, sim, como uma oportunidade única para acelerar a reciclagem desses resíduos plásticos, limpando os mares. Hoje, os microplásticos já causam doenças em alguns animais.
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Para estimar a quantidade real de plásticos, os pesquisadores desenvolveram um modelo 3D do oceano, construído a partir de medições feitas em águas superficiais, nas praias e no fundo dos oceanos, além de dados observacionais coletados entre os anos 1980 e 2020.
A seguir, veja o mapa final sobre a poluição plástica construído pelo grupo de pesquisadores, liderado por Mikael Kaandorp:
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Nos pontos em que as cores são mais vivas,como verde claro e amarelo ou vermelho, os níveis de plástico são maiores nos oceanos e nas regiões costeiras. Observando o Brasil, percebe-se que o nível de poluição pode ser considerado intermediário, menor que o de alguns pontos na Ásia (Índia) e na Europa.
Quanto de plástico existe nos oceanos?
Publicado na revista científica Nature Geoscience, o estudo estima existir mais plástico flutuando nos oceanos do que resíduos afundados. No total, são 3,2 milhões de toneladas métricas de plástico flutuante. Isso representa de 59 a 62% de toda a poluição, ou seja, uma porção muito menor está afundada ou nas praias. Somando todo o plástico, existiria algo próximo de 5,1 a 5,5 milhões de toneladas. Anteriormente, algumas medições chegaram a sugerir 25 milhões de toneladas existentes.
Além disso, os pesquisadores calculam que, todos os anos, sejam despejadas mais meio milhão de toneladas de plástico nos oceanos. Em contrapartida, dados anteriores indicavam o descarte anual de 4 a 12 milhões de toneladas.
É possível reciclar o plástico do oceano?
Com menos plástico existente nos oceanos, a possibilidade de reciclagem é maior, o que não é um sinônimo de fácil. Pensando na capacidade de coleta desses resíduos, outra boa descoberta é que, em sua maioria, eles são “grandes” e os microplásticos representam uma fatia pequena do total. Considerando todo o plástico flutuante, 95% mede mais de 2,5 centímetros.
“Pedaços grandes e flutuantes na superfície são mais fáceis de limpar do que os microplásticos”, reforça Kaandorp. No entanto, o estudo não buscou formas de como resolver a questão da reciclagem e da coleta, focando apenas nas estimativas do material. Hoje, alguns pesquisadores avaliam até o uso de bactérias como agentes recicladores.
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Fonte: Canaltech