O uso de gás natural em funções como o aquecimento residencial e o preparo de alimentos pode ter um impacto climático maior do que se imaginava, aponta um novo estudo da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha. Pela primeira vez, os pesquisadores incluíram na análise o gás desperdiçado no processo e acaba na atmosfera.
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“Queríamos saber se, quando os vazamentos são considerados, o gás ou a eletricidade é mais ambientalmente amigável,” afirma Florian Dietrich, principal responsável pela pesquisa. Para atingir este objetivo, a equipe de cientistas instalou estações de medição de alta tecnologia capazes de identificar as emissões de metano e dióxido e monóxido de carbono. A partir disso, eles foram capazes de medir que na Oktoberfest de 2019 em Munique, por exemplo, 1,4% do gás usado foi perdido — um total de 2.500 metros cúbicos da substância.
Mas para determinar se o uso de gás é mais vantajoso do ponto de vista climático, também é preciso olhar de onde vem a eletricidade. Dietrich explica que, caso a fonte de energia elétrica seja renovável, é mais fácil que ela seja mais vantajosa que o gás natural para fins de aquecimento e cocção de alimentos. Por outro lado, o uso de combustíveis como o carvão para a geração de eletricidade tem o efeito oposto.
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A partir disso, olharam para 25 países ao redor do mundo — incluindo o Brasil — a fim de identificar onde a eletricidade já é uma alternativa mais favorável ao gás. No total, sete nações já possuem uma matriz elétrica com energias renováveis o suficiente para que a eletricidade prevaleça — e quanto maior for essa capacidade de geração, maiores são os benefícios em relação ao gás natural.
Os países que mais ajudam o meio ambiente através da troca do gás pela eletricidade são, em ordem: Canadá, Brasil, Venezuela, Bélgica, França, Reino Unido e Espanha. Já entre os que mais precisam investir em energias renováveis para que a troca passe a ser ambientalmente favorável estão China, Índia, Indonésia e Polônia.
Assim como o Brasil, o Canadá já possui uma grande capacidade de geração hidrelétrica, o que deixa os países no topo do ranking entre os países estudados. Já na China, no Japão e em países europeus como Itália, Alemanha e Holanda, a participação do carvão na matriz elétrica ainda é grande demais para que a eletricidade seja mais benéfica que o gás.
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Fonte: Canaltech