Nem os furacões escapam da onipresença dos plásticos no meio ambiente, segundo pesquisadores da Universidade de Dalhousie, no Canadá. Em análise de amostras, eles encontraram grandes quantidades de microplástico sendo arrastadas pelos movimentos giratórios de ar, indo do oceano para o continente, o que aumenta o nível de poluição ambiental.
- Microplásticos são encontrados no coração humano pela primeira vez
- Microplásticos afetam negativamente o comportamento de animais
Publicado na revista científica Communications Earth & Environment, o estudo que investigou a presença de microplásticos foi iniciado em setembro de 2021, quando o furacão Larry atingiu a ilha de Terra Nova, região do Canadá longe dos centros urbanos.
Até então, não se tinha certeza de que os microplásticos — as partículas de plástico com menos de 5 milímetros — vindos do mar poderiam compor esse fenômeno atmosférico.
–
Podcast Porta 101: a equipe do Canaltech discute quinzenalmente assuntos relevantes, curiosos, e muitas vezes polêmicos, relacionados ao mundo da tecnologia, internet e inovação. Não deixe de acompanhar.
–
Microplásticos nos furacões
Para medir a presença de microplásticos, os cientistas instalaram cilindros que captavam qualquer partícula que caísse do céu antes e depois de um ponto próximo à passagem do furacão. As amostras eram coletadas a cada 6 horas, possibilitando compreender mudanças na intensidade do fenômeno.
As concentrações de microplásticos aumentaram significativamente no intervalo marcado pela passagem do furacão Larry. Neste período, foi possível identificar mais de 113 mil microplásticos por metro quadrado ao dia. Segundo os autores, esta é a maior quantidade já encontrada de microplásticos na atmosfera até o momento.
De onde vieram?
Buscando explicar esta quantidade tão anormal de plásticos no furacão, os autores afirmam que o furacão passou pela Grande Porção de Lixo do Atlântico Norte. Esta é uma área conhecida por “preservar” muitos detritos marinhos flutuando, incluindo os microplásticos, no Oceano Atlântico.
Vingança do plástico
Um dos pontos mais curiosos é que, para muitas pessoas, a “vida” dos microplásticos acabaria no oceano. Só que isso não é inteiramente verdade. Sim, esse material liberado a partir da não reciclagem de garrafas plásticas e materiais descartáveis, além da lavagem de alguns tipos de roupas, especialmente as de poliéster, vai para o mar. No entanto, ele pode voltar para a terra.
Em uma das formas mais comuns, os microplásticos podem ser consumidos por pessoas a partir da ingestão de peixes marinhos e dos frutos-do-mar. Agora, sabe-se que esse material pode ser devolvido, em partes, para o continente em casos de furacões. É quase como uma vingança do mar.
No pior dos cenários, esse material irá invadir as plantações e será consumido pelos humanos ou ingerido através da água, terminando dentro dos organismos vivos. No momento, evidências científicas demonstram que isso já acontece, sendo encontrados até no sangue.
Trending no Canaltech:
- Startup brasileira lança satélites com foguete próprio
- Fluminense x Al Ahly | Onde assistir à semifinal do Mundial de Clubes
- A geografia como você nunca viu: conheça o encanto dos mapas de Robert Szucs
- Governo vai lançar app para bloquear celular roubado
- Wandinha pode ganhar série spin-off sobre Tio Chico
- As 50 piadas mais engraçadas do Google Assistente
Fonte: Canaltech