Sustentabilidade & Meio Ambiente

Funcionários da Neuralink culpam Elon Musk por morte de 1.500 animais

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Funcionários da Neuralink culpam Elon Musk por morte de 1.500 animais - 1

Uma das companhias do empresário Elon Musk, a Neuralink — cujo foco é em tecnologia e medicina — está passando por investigações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O motivo? Possíveis violações do bem-estar animal, envolvendo incidentes como mortes evitáveis de cobaias em testagem de tecnologias.

Segundo dados descobertos pela agência Reuters, a companhia já teria sido responsável pela morte de 1.500 cobaias desde o ano de 2008, incidentes que, nas palavras dos próprios funcionários, poderiam ter sido evitados caso o CEO não pressionasse tanto as equipes para resultados mais rápidos.

Ovelhas, porcos e macacos teriam tido mortes evitáveis durante testes na Neuralink (Imagem: Tanner Yould/Unsplash)
Ovelhas, porcos e macacos teriam tido mortes evitáveis durante testes na Neuralink (Imagem: Tanner Yould/Unsplash)

Implantes cerebrais e mortes de animais

Entre os produtos estudados pela Neuralink, estão implantes cerebrais que ajudariam pacientes com paralisia a voltar a andar, bem como tratariam outras condições neurológicas. Para testá-los, são utilizados porcos, ovelhas, ratos e macacos, mas, como não há registros atualizados pela empresa em relação às mortes de animais, 1.500 seria uma mera estimativa.


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Em pesquisas que envolvem produtos voltados à saúde dos seres humanos, não é incomum que animais sejam utilizados e, depois, sacrificados, o que também serve ao conhecimento, através das autópsias. O problema é que, de acordo com os funcionários da Neuralink, o número de óbitos poderia ser muito menor caso os erros nos testes fossem minimizados, o que não seria possível no ambiente de alta pressão da empresa.

As falas de Musk para motivar os funcionários também seriam problemáticas, como pedir para que imaginassem uma bomba amarrada em suas cabeças. Outras ameaças envolveriam dizer que problemas no mercado seriam causados de propósito, com o objetivo de afetar as operações da companhia, caso as pesquisas não avançassem na velocidade desejada.

A empresa se pronunciou quanto à morte de macacos, negando maus tratos internos dos animais e alegando que as mortes foram em decorrência do tratamento dado pelos veterinários responsáveis externamente (Imagem: Reprodução/Neuralink)

A empresa se pronunciou quanto à morte de macacos, negando maus tratos internos dos animais e alegando que as mortes foram em decorrência do tratamento dado pelos veterinários responsáveis externamente (Imagem: Reprodução/Neuralink)
A empresa se pronunciou quanto à morte de macacos, negando maus tratos internos dos animais e alegando que as mortes foram em decorrência do tratamento dado pelos veterinários responsáveis externamente (Imagem: Reprodução/Neuralink)

Um dos casos citados pelos empregados envolvem a morte de 25 porcos em 2021, por conta de um erro simples: os dispositivos implantados em suas cabeças teriam o tamanho errado. Com mais tempo de preparação, o erro teria sido facilmente evitado, segundo relatos. Após isso, mais 36 ovelhas teriam morrido no fim da pesquisa, por motivos semelhantes.

Ainda em fevereiro deste ano, a empresa admitiu a morte de 6 símios em decorrência de problemas de saúde causados por testes. Ativistas do grupo Comitê de Médicos pela Medicina Responsável relataram que a morte dos macacos se deu porque os cirurgiões da Neuralink utilizaram uma cola cirúrgica imprópria, causando sofrimento desnecessário antes do óbito dos animais.

Neuralink se defende

A Neuralink negou as acusações de maus tratos dos macacos e culpou os veterinários responsáveis, mas não emitiu nenhuma fala oficial em relação aos incidentes. Lembramos que, no último mês de novembro, Elon Musk anunciou planos para testes de seus implantes de chip em cérebros humanos já nos próximos 6 meses, ou seja, no primeiro semestre de 2023.

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Fonte: Canaltech