A origem da água na Terra — substância que cobre 70% da superfície do planeta — ainda não está totalmente clara para a ciência. Mas um novo estudo, publicado na revista Nature, porém, fornece uma abordagem diferente para deixar a humanidade mais próxima de desvendar este mistério.
- Teoria sugere que a água que você bebe hoje tem 4,5 bilhões de anos de idade
- Magma da Terra primitiva se solidificou mais rápido do que o imaginado
Por décadas, todos os estudos sobre a formação planetária se basearam no próprio Sistema Solar, explicando a origem da Terra a partir do disco de gases e poeira que circundava o Sol após o seu nascimento. Agora, com pesquisas sobre planetas fora do nosso sistema cada vez mais recorrentes, cientistas estão tendo novas possibilidades de investigar mundos em suas “infâncias”, enquanto ainda estão em formação.
“Descobertas exoplanetárias têm nos dado uma compreensão muito maior sobre quão comum é para planetas recém-formados estarem cercados por atmosferas ricas em hidrogênio molecular,” explica Anat Shahar, um dos responsáveis pelo estudo. “Eventualmente, essa camada de hidrogênio se dissipa, mas ela deixa rastros na composição do mundo.”
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Já se sabia que, com o passar do tempo, os materiais que cercavam o Sol foram se aglomerando de forma a se tornarem maiores e mais quentes, dando origem aos planetas do nosso sistema. Eventualmente, a Terra primitiva foi se resfriando e sua estrutura então se dividiu em três camadas distintas: a crosta, o manto e o núcleo.
Agora, usando informações observadas em exoplanetas, Shahar e seus colegas desenvolveram novos modelos computacionais para simular a evolução da Terra, sendo capazes de demonstrar como a atmosfera primitiva rica em hidrogênio pode ter interagido como o oceano de magma para dar origem à abundância de água que temos hoje. O modelo calcula as interações entre um total de 25 compostos químicos, envolvidos em 18 reações.
Mesmo que todo o material rochoso que se uniu na órbita do Sol para formar a Terra primitiva estivesse completamente livre de água, a pesquisa mostra que estes processos químicos seriam suficientes para gerar toda essa substância por aqui. De qualquer forma, os cientistas não descartam a possibilidade de outras contribuições.
“Essa é apenas uma possível explicação para a evolução do nosso planeta, mas ela traz uma importante ligação entre a formação da Terra com os exoplanetas mais comuns que temos descoberto orbitando estrelas distantes,” conclui Anat.
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Fonte: Canaltech