Um estudo publicado na quarta-feira (15) revelou dois eventos que desencadearam a enorme perda de gelo marinho no Ártico. Há mais de uma década mais suscetível ao derretimento e com mais dificuldade de se recuperar, o artigo veiculado na revista Nature mostra as causas da atual fragilidade do polo norte do planeta.
- Extensão do gelo marinho no Ártico atinge 10º menor nível desde 1979
- Extensão do gelo marinho na Antártida é a menor já registrada
As duas ocorrências chave para o derretimento do gelo no Ártico aconteceram em 2005 e 2007. Os cientistas afirmam que, antes disso, a massa de gelo marinho presente na região era mais antiga e resiliente, desempenhando um papel importante em manter as temperaturas do planeta amenas — um “ar-condicionado” natural da Terra. Agora, as formações de gelo mais jovens não estão conseguindo suportar da mesma maneira as consequências das mudanças climáticas.
Até este período crítico, quase 20% do gelo no ártico tinha, pelo menos, 4 metros de espessura — agora este número caiu para menos de 10%. O material também não consegue se manter por tanto tempo: a idade média do gelo caiu de 4,3 anos para 2,7.
–
Feedly: assine nosso feed RSS e não perca nenhum conteúdo do Canaltech em seu agregador de notícias favorito.
–
Apesar de outras pesquisas focarem na área total ocupada pelo gelo no mar Ártico, eles não puderam avaliar tão bem como a espessura está sendo afetada pelo aquecimento global. Hiroshi Sumata, especialista no estudo do gelo marinho do Instituto Polar da Noruega, afirma que uma camada espessa é “crucial para todas as formas de vida no Ártico.” Agora mais fino, o gelo derrete mais facilmente, causando um desequilíbrio no ecossistema.
Sumata diz que 2005 e 2007 foram períodos em que a água do oceano se aqueceu de maneira muito mais acentuada que nos verões anteriores, derretendo o gelo antigo e dificultando a consolidação do gelo jovem. Isso deu início a um ciclo vicioso em que a diminuição do gelo facilita o aquecimento do oceano e vice-versa. Outro fator importante neste processo é a maior facilidade com que o gelo mais fino consegue ser “empurrado” através dos mares para águas mais quentes ao sul.
Com a continuidade do processo, projeções indicam que certas áreas do Ártico estarão completamente livres de gelo daqui a 20 a 30 anos. Com isso, Sumata conclui que “a situação que nós vemos indica que o ar-condicionado não está funcionando bem.”
Trending no Canaltech:
- OVNIs podem ter exibido “anomalias da física”, afirmam cientistas
- Asteroide fica mais perto da Terra do que a Lua nesta semana
- Um objeto atingiu a Lua — e este astrônomo conseguiu filmar o impacto
- Comissário Gordon finalmente flagra Batman “desaparecendo”
- Movimento de icebergs gigantes pode afetar vida marinha e rotas de navios
- Brasil é o 5º mais atingido por nova contaminação do malware Emotet
Fonte: Canaltech