O derretimento de gelo na Antártida já é uma preocupação antiga, mas de uns tempos pra cá (mais precisamente, desde 2016) a situação tem piorado a níveis alarmantes. No início de 2023, o gelo chegou ao menor nível registrado — 17% abaixo da média. Em 2024, a extensão do gelo marinho segue despertando alertas.
- Colapso da manta de gelo oeste da Antártida é inevitável mesmo no melhor cenário
- Derretimento de gelo da Antártida pode trazer desastres irreversíveis até 2060
Quando chega o inverno na Antártida, o gelo marinho se expande consideravelmente: de cerca de 3 milhões de quilômetros quadrados para 18 milhões, mais ou menos.
Mas o NSIDC mostra que em setembro de 2023, o gelo da Antártida atingiu a extensão anual de 16,96 milhões de quilômetros quadrados, o que significa o registro mais baixo desde 1979.
–
Podcast Porta 101: a equipe do Canaltech discute quinzenalmente assuntos relevantes, curiosos, e muitas vezes polêmicos, relacionados ao mundo da tecnologia, internet e inovação. Não deixe de acompanhar.
–
Foi a primeira vez (dentre os registros) que a extensão anual do gelo marinho não ultrapassou sequer os 17 milhões de quilômetros quadrados.
Na verdade, essa taxa ficou mais de um milhão de quilômetros quadrados abaixo do recorde anterior de extensão mais baixa, estabelecido em 1986.
Antártida sofre com redução no gelo
No verão, o gelo oscilava entre mínimos relativamente estáveis. Só que em 2023 foi o menor mínimo de todos os tempos: em fevereiro, apenas 1,91 milhão de quilômetros quadrados. Em fevereiro de 2024, o mínimo chegou bem perto: apenas 1,98 milhão de quilômetros quadrados.
No ano passado, a instituição compartilhou a preocupação por causa do aquecimento dos oceanos: “Existe alguma preocupação de que este possa ser o início de uma tendência de declínio a longo prazo do gelo marinho da Antártida, uma vez que os oceanos estão a aquecer globalmente e a mistura de água quente na camada polar do Oceano Antártico poderá continuar”.
Fica o alerta de que o gelo marinho é um “componente importante do equilíbrio energético da Terra”. Uma das preocupações é que a costa fique exposta às ondas oceânicas e ao clima marinho, o que pode levar a dois impactos opostos: erosão do gelo costeiro mais perene e das plataformas de gelo, desestabilizando a camada de gelo; ou aumento do acúmulo perto da costa.
O NASA Earth Observatory afirma que os cientistas tentam compreender a causa do escasso crescimento do gelo marinho da Antárctida, mas menciona uma combinação de fatores como o El Niño, padrões de vento e o já citado aquecimento da temperatura dos oceanos.
Aparentemente, o calor do oceano desempenha um papel importante na desaceleração do crescimento do gelo na estação fria e no aumento do derretimento.
Recordes na temperatura do oceano
Isso coincide com o fato de que também há recordes no aquecimento dos mares. A alta temperatura do oceano atingiu a média global de 21,06 ºC em fevereiro deste ano, o que não é nada bom.
A nova média ultrapassou o recorde anterior, estabelecido em agosto de 2023, de 20,98 ºC. Como 2023 foi considerado como o ano mais quente dos últimos 100 mil anos, cabe uma reflexão sobre os caminhos que o planeta tem tomado. Questões como derretimento de gelo, aquecimento dos oceanos e onda de calor nunca estiveram tão urgentes.
Trending no Canaltech:
- WhatsApp pode ganhar discador próprio para fazer ligações
- Vimos de perto o Fusca chinês da GWM que rendeu briga com VW
- Samsung oferece troca de tela para aparelhos com defeito da linha verde
- Lua Cheia Rosa acontece nesta terça (23); saiba como ver
- Sonda Voyager 1 volta a “conversar” com a NASA após falha
- Qual iPhone usado vale a pena comprar em 2024?
Fonte: Canaltech