Um artigo publicado na Nature Communications mostra que a ocorrência de incêndios florestais iniciados pela queda de raios pode aumentar, como mais um efeito das mudanças climáticas. Os relâmpagos “quentes” — como os cientistas chamaram os capazes de iniciar incêndios — tendem a se tornar mais frequentes com o aquecimento global.
A descoberta não significa que a temperatura dos raios vai subir junto com a temperatura do planeta. Os pesquisadores definem como raios quentes aqueles cuja descarga elétrica tem uma duração acima da média. Em um intervalo de cerca de 40 milissegundos a um terço de segundo, estes raios são capazes de transferir mais calor para a vegetação que atinge, ainda que sua temperatura seja a mesma de um raio de menor duração.
Segundo análises feitas com imagens de satélite e dados de raios obtidos entre 1992 e 2008, 90% dos incêndios florestais iniciados por raios são gerados por descargas dessa categoria. Simulando cenários futuros com o auxílio de modelos computacionais, o estudo sugere que a queda de raios quentes vai aumentar de três para quatro por segundo, ao redor de todo o mundo. Além disso, até 2090 a ocorrência de raios de qualquer tipo tende a crescer em 28%.
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Os cientistas olharam ainda para quais regiões estes aumentos estão direcionados. Os resultados apontam mais raios quentes na América do Sul, no Sudeste Asiático, na Austrália e na África. A região que deve observar o maior crescimento na frequência destes fenômenos, porém, é a América do Norte.
O Brasil é o país mais atingido por raios em todo o mundo, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE). Em média, 77,8 milhões de raios caem no território nacional por ano, sendo que em 2021 este número chegou a 154 milhões. Nosso país lidera o ranking disparado, já que a República Democrática do Congo, no segundo lugar, registra cerca de 43,2 milhões de raios por ano. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 35 milhões.
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Fonte: Canaltech