Vivemos um período de muita preocupação com o meio ambiente. E não é para menos: a União Europeia anunciou que a alta temperatura do oceano atingiu o recorde no último mês de fevereiro. De acordo com o comunicado, feito durante a EU’s Copernicus Climate Change Service (C3S) na última quinta (7), a média global chegou a 21,06 ºC.
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A nova média ultrapassou o recorde anterior, estabelecido em agosto de 2023, de 20,98 ºC. Isso porque 2023 foi considerado como o ano mais quente dos últimos 100 mil anos — apenas uma das provas de que a situação do mundo é mais grave do que se imagina.
A União Europeia chegou a essa conclusão com base em um banco de dados que monitora os oceanos desde 1979. Com base nesses mesmos dados, a organização menciona que este foi considerado o fevereiro “mais quente já registrado”.
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Os efeitos ganharam forças por causa do fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial, e que influencia os padrões climáticos e de tempestades em diferentes partes do mundo.
Mas um fator que preocupa e intriga ainda mais os especialista é que as temperaturas da superfície do mar estão em níveis recordes até mesmo em regiões distantes do centro da ação do El Niño, como é o caso do Atlântico tropical e o Oceano Índico. Os cientitas culpam o aumento das emissões de gases com efeito de estufa na atmosfera.
Impactos do El Niño continuam
Um relatório disponibilizado pela World Meteorological Organization na última terça-feira (5) diz que o El Niño de 2023-24 atingiu o pico como um dos cinco mais fortes já registados, mas agora a enfraquece gradualmente. Mesmo assim, os impactos no clima global continuam. A previsão envolve temperaturas acima do normal entre os meses de março e maio.
A atualização menciona 60% de probabilidade de o El Niño persistir durante março-maio e 80% de probabilidade de condições neutras de abril a junho. O material também deixa no ar que há uma chance de o La Niña se desenvolver no final do ano, mas que as chances são atualmente incertas.
“Todos os meses desde junho de 2023 estabeleceram um novo recorde mensal de temperatura, e 2023 foi de longe o ano mais quente já registado. O El Niño contribuiu para estas temperaturas recordes, mas os gases com efeito de estufa que retêm o calor são inequivocamente os principais culpados”, afirma a secretária-geral da World Meteorological Organization, Celeste Saulo.
“As temperaturas da superfície oceânica no Pacífico equatorial refletem claramente o El Niño. Mas as temperaturas da superfície do mar noutras partes do globo têm sido persistentes e elevadas nos últimos dez meses. A temperatura da superfície do mar em janeiro de 2024 foi de longe a mais alta já registrada em janeiro. Isso é preocupante e não pode ser explicado apenas pelo El Niño”, acrescenta.
Perigos da alta temperatura no oceano
A alta temperatura do oceano pode gerar eventos climáticos extremos, como foi em 2023. Fatores como o excesso de calor e de umidade impactam de maneira notável a atmosfera e levam a consequências como:
- Chuvas mais intensas
- Tempestades
- Inundações
- Secas
- Ondas de calor
Outra preocupação dos especialistas é a vida no oceano. No último recorde de alta temperatura do mar, a vida dos corais na Flórida ficou ameaçada. Normalmente, os corais podem sobreviver a temperaturas ntre 21 a 28,8°C, mas nesse último caso específico, o oceano da Flórida chegou a 38 ºC.
No novo anúncio da União Europeia, houve o alerta de que um quarto evento global de branqueamento de corais em massa deve ocorrer no Hemisfério Sul. Os corais branqueiam sob estresse térmico, expelindo as algas coloridas e úteis que vivem em seus tecidos. Apenas mais uma das diversas consequências da alta temperatura do oceano.
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Fonte: Canaltech