Uma equipe de artistas e pesquisadores do Instituto SETI, dedicado à busca por sinais de vida alienígena, criou uma simulação do primeiro contato da humanidade com uma civilização extraterrestre. O objetivo é engajar pesquisadores e público na possibilidade de interagir com vida inteligente fora da Terra e descobrir qual seria a nossa reação.
- Será que alienígenas estão ouvindo nossas mensagens mas não querem responder?
- Alienígenas farão contato em 2029? Isso não é verdade!
Muitos cientistas tentam responder se estamos ou não sozinhos no universo, mas o que faríamos se a humanidade recebesse uma mensagem de alguma civilização alienígena? Qual seria a reação dos cientistas, governantes e da população em geral? Enviaremos uma resposta imediatamente ou agiremos com cautela?
Bem, algumas respostas para essas perguntas dependem do teor da mensagem recebida por nós, mas, caso isso realmente ocorra, é muito provável que leve algum tempo até que os pesquisadores consigam decodificar o conteúdo das transmissões — que podem chegar na forma de sinais de rádio, por exemplo.
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Além disso, também será preciso interpretar a mensagem, o que pode ser uma tarefa ainda mais difícil do que a primeira. Afinal, não conhecemos nenhuma outra cultura, idioma, ou qualquer outro elemento necessário para entender o que os alienígenas estão tentando dizer. Por isso, é importante pensar em como vamos lidar com o problema.
Nós, humanos, já enviamos algumas mensagens para eventuais vizinhos cósmicos, como os discos de ouro a bordo das espaçonaves Voyager 1 e 2, contendo informações sobre a humanidade: fotos, músicas, saudações em diversos idiomas e sons da natureza. Também enviamos a mensagem de Arecibo, com informações por meio de sinais de rádio.
Outras mensagens foram escritas, mas a decisão sobre enviá-las ou não é difícil de tomar. Afinal, deveríamos continuar anunciando nossa existência a seres que não conhecemos?
Esse trabalho exigiu selecionar cuidadosamente os conteúdos de modo que a humanidade e o planeta Terra fossem representados em suas totalidades, sem nenhum viés ou preconceito. Uma vez enviadas mensagens como essa, é relativamente fácil pensar no que queremos dizer aos aliens, mas será que estamos preparados para o oposto?
Para a equipe de artistas residentes no SETI, pensar “ao contrário” — ou seja, em como a outra espécie poderia se comunicar conosco, e não como nós queremos nos comunicar — é importante para evitar uma visão antropocêntrica. Em outras palavras, o exercício da mensagem simulada ajuda a não nos colocarmos como o “centro do universo”, mas sim em uma posição em que precisaríamos aprender algo muito diferente de tudo o que já produzimos.
A mensagem incluída na simulação foi elaborada após dois anos de conversas e troca de ideias entre artistas, antropólogos, filósofos, entre outras especialidades. Nos últimos seis meses, esse grupo foi reduzido a apenas três pessoas — as únicas que conhecem o conteúdo final da mensagem.
Depois de decidir o conteúdo e codificá-lo, o SETI enviou o sinal para o ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), uma espaçonave da ESA que está na órbita de Marte. No dia 24 de maio, a mensagem foi transmitida para a Terra e recebida por quatro observatórios de rádio na Terra (Allen Telescope Array, Robert C. Byrd Green Bank Telescope, Karl G. Jansky Very Large Array (VLA) e Estação de Radioastronômica de Medicina do INAF).
Tanto equipes dessas instalações quanto cientistas cidadãos estão processando o sinal para tentar decodificá-lo. Os dados estão disponíveis ao público e podem ser baixados por qualquer um que queira participar do evento. Para resolver o enigma, será preciso solucionar problemas matemáticos, mas ainda será preciso interpretar o que está sendo dito.
Aqui reside outra motivação por trás da campanha A Sign in Space : promover o tipo de cooperação, preparação e pensamento inovador necessário antes que as comunicações com uma ETI possam acontecer. Para alguns, a possibilidade de encontrar evidências de vida inteligente além da Terra acontecerá antes do fim deste século. Dada a taxa exponencial em que estamos estudando o cosmos hoje, essa não é uma possibilidade absurda. Se essa evidência tomar a forma de um sinal, é melhor estarmos preparados!
Daniela de Paulis, idealizadora do programa, disse que a ideia deve promover a cooperação, preparação e pensamento necessários antes que o primeiro contato com civilizações alienígenas possam de fato acontecer — por mais que, na prática, as reações ao redor do mundo após uma mensagem verdadeira provavelmente serão as mais diversas possíveis.
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Fonte: Canaltech