Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade Yale testaram um tratamento experimental em macacos idosos para melhorar a cognição e a memória. A terapia consiste em uma única injeção contendo a proteína klotho. Esta é produzida naturalmente pelo organismo, mas os níveis caem conforme o indivíduo envelhece.
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Embora a proteína klotho seja conhecida desde o final dos anos 1990, o seu potencial antienvelhecimento e fator de longevidade nunca foram bem aproveitados. Agora, uma nova geração de estudos científicos, como o de Yale, tem redescoberto este conjunto de aminoácidos com aparente capacidade de melhorar a qualidade de vida na velhice.
Entenda o tratamento experimental que melhora a memória
No recente estudo norte-americano, os cientistas selecionaram macacos da espécie Macaca mulatta, com uma idade média de 22 anos — o que equivale a 65 anos humanos. As cobaias foram divididas em dois grupos, sendo que apenas um recebeu uma dose única da injeção contendo a proteína klotho.
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Em seguida, passaram por testes de memória, nos quais precisavam encontrar guloseimas que foram escondidas. O experimento é semelhante ao desafio de deixar o carro no estacionamento do shopping e, na saída, precisar se lembrar o local exato da vaga na primeira tentativa.
Segundo os pesquisadores, antes da terapia, a taxa de acerto foi de 45%. Com a proteína klotho, o índice subiu para 60%. Essa melhora na cognição e no nível de memória foi sustentada por pelo menos duas semanas.
O impacto da proteína Klotho conhecido pela ciência
Antes da atual pesquisa com macacos, publicada na revista científica Nature Aging, outras equipes de cientistas já investigavam o impacto de suplementos com a proteína klotho, inclusive em humanos. Por exemplo, membros da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia descobriram, em pacientes com Alzheimer, que ter níveis mais elevados da proteína está relacionado com menores perdas da capacidade cognitiva. É como se os sintomas da doença fossem mais brandos.
No Brasil, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram recentemente o potencial anti-inflamatório e antienvelhecimento da proteína klotho nos neurônios humanos. Em testes de laboratório (in vitro), a proteína conseguiu retardar a morte neuronal, abrindo caminho para o estudo de novos tratamentos contra o Alzheimer, por exemplo.
Reposição da proteína Klotho em humanos é viável?
Como primatas não humanos e humanos compartilham mecanismos fisiológicos semelhantes, é provável que injeções de klotho possam desempenhar um papel importante no cérebro humano, o que ajudaria no tratamento de distúrbios cognitivos e neurodegenerativos. Só que, hoje, isso é apenas especulação, considerando que testes clínicos com suplementação do tipo nunca foram realizados.
Outra questão envolvendo a pesquisa é que, até o momento, os cientistas não sabem como a injeção com a proteína klotho melhora a cognição. Afinal, a substância pode não chegar diretamente ao cérebro humano, então, ela seria responsável por ativar mecanismos intermediários capazes de impactar a memória. No entanto, mais estudos ainda são necessários para comprovar a hipótese, antes de uma terapia segura e eficaz esteja disponível para a humanidade.
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Fonte: Canaltech