Pesquisadores descobriram que o transplante de órgãos de pacientes mais velhos para mais novos pode causar um envelhecimento precoce de partes do corpo de quem recebe, gerando sintomas de senescência. Quanto mais velhas as células, maiores as chances de se tornarem senescentes, condição onde param de se multiplicar e começam a secretar substâncias químicas que prejudicam outras células próximas.
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O estudo foi realizado por profissionais do Hospital Brigham and Women, que analisou modelos pré-clínicos (ou seja, antes de testes em humanos) de transplantes com diferença grande de idade. Em casos onde órgãos foram de camundongos de meia-idade para indivíduos mais jovens, a capacidade física do receptor ficou prejudicada, diminuindo a capacidade de corrida e força de pegada.
Já receptores de meia-idade que receberam corações idosos também passaram a se comportar de maneira mais ansiosa, tiveram problemas de memória e capacidade de aprendizado piorada após o transplante.
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Transplantes e senescência
Segundo os autores da pesquisa, os efeitos de envelhecimento acelerado nos receptores jovens são gerados por fatores associados à senescência, além do DNA mitocondrial dos órgãos transplantados mais velhos. Uma forma de combater esses efeitos foi o tratamento dos doadores com senolíticos, medicamentos que inibem a senescência em seus corpos antes da extração dos órgãos. Isso diminuiu os sintomas de quem recebeu o transplante.
Atualmente, o suprimento insuficiente de órgãos para transplantes clínicos acaba gerando uma diferença grande de idade entre doador e receptor. Na falta de órgãos de idade semelhante, os resultados do estudo indicam que tratamentos senolíticos podem ser uma solução terapêutica possível para melhorar a condição de quem recebe o transplante, mitigando os efeitos das células mais velhas no corpo.
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Fonte: Canaltech