Saúde & Bem-estar

Preconceito contra Acne Impacta Profundamente Vida Social e Profissional, Revela Pesquisa

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Imagem de Alexander Grey por Pixabay

 

Pessoas que sofrem com acne enfrentam não apenas os incômodos das espinhas e cravos, mas também atitudes preconceituosas que podem afetar suas vidas pessoais e profissionais. Essa é a conclusão de um novo estudo conduzido por pesquisadores americanos do Brigham and Women´s Hospital, em parceria com universidades renomadas como Yale e Harvard. Publicada no Jama Dermatology, a pesquisa revelou dados alarmantes sobre o estigma enfrentado por aqueles que possuem acne.

Embora seja conhecido o impacto psicológico e na autoestima causado pela acne, há poucos estudos sobre as atitudes discriminatórias enfrentadas por essas pessoas. Para investigar melhor essa questão, os pesquisadores selecionaram imagens de quatro indivíduos – homens e mulheres – com diferentes tons de pele. Essas imagens foram digitalmente alteradas para simular versões com acne moderada e grave.

Em seguida, uma enquete foi realizada com 1.357 adultos recrutados na plataforma ResearchMatch, que reúne voluntários para participar de pesquisas. Cada participante teve que observar um retrato específico e responder perguntas sobre suas impressões e desejo de contato social, entre outros aspectos.

Os resultados revelaram uma menor vontade de ser amigo, namorar ou contratar alguém com acne grave em comparação com aqueles sem a doença. Além disso, o estudo mostrou evidências de que a associação foi ainda maior para pessoas com acne grave e pele negra.

Os autores do estudo ressaltam a importância de combater o preconceito existente em diversos contextos e de adotar medidas para reduzir essas atitudes discriminatórias. A dermatologista Selma Hélène, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que o conhecimento científico, a promoção de ambientes sociais e de trabalho mais inclusivos e a disseminação de informações precisas sobre o fato de que a acne é uma doença tratável são fundamentais para diminuir essas desigualdades.

É importante lembrar que a acne não é apenas um problema estético, mas sim uma doença inflamatória que pode e deve ser tratada. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é contagiosa e não está relacionada à sujeira da pele.

A acne ocorre quando os folículos pilosos na superfície da pele ficam obstruídos pelo acúmulo de sebo, células mortas e bactérias, causando inflamação. Dependendo da gravidade, podem surgir cravos, pústulas e outros tipos de lesões, como nódulos. Embora seja mais comum na adolescência, devido às alterações hormonais da puberdade, a acne também pode surgir na infância e na vida adulta. Cada faixa etária apresenta causas específicas, sendo que fatores genéticos, tipo de pele e composição das bactérias presentes na pele também influenciam a gravidade da doença.

O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível e pode ajudar a prevenir cicatrizes. Segundo especialistas, o diagnóstico preciso e orientações para o dia a dia são fundamentais. Nos casos leves, recomenda-se a lavagem com sabonetes específicos e a aplicação de produtos tópicos. Já em casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicamentos via oral, sempre prescritos por dermatologistas. Além disso, é essencial evitar espremer ou manipular as lesões. Atualmente, existem diversas técnicas disponíveis para tratar as cicatrizes, como lasers e peelings.

Portanto, é fundamental combater o estigma associado à acne e buscar tratamento adequado. A informação de qualidade e a promoção de uma sociedade mais inclusiva são passos importantes para garantir que as pessoas com acne sejam respeitadas e tenham acesso aos cuidados necessários para uma melhor qualidade de vida.