Uma das dores cotidianas que mais parece desproporcional ao tamanho — tanto do membro afetado quanto em magnitude do evento — é, certamente, aquela batida do dedinho do pé em alguma quina bem posicionada pela casa. Mesmo que seja por pouco tempo, a dor causada é bem grande: por que, afinal, dói tanto topar o mindinho por aí?
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A resposta é relacionada à quantidade e tipo de fibras nervosas presentes nos pés, além da força com a qual chutamos os móveis sem querer. De maneira geral, a sensação de dor vem de células nervosas conhecidas como nociceptores, cujas fibras se ligam aos músculos, órgãos internos e pele, responsáveis pela resposta aos sinais liberados pelas células danificadas.
Cérebro, nervos e dores
Cada tipo de nociceptor gera uma resposta para as várias categorias de dano possíveis: ao entrar em contato com fogo, os nociceptores termais são ativados, e quando o dedinho é atingido por uma quina, os responsáveis são os receptores mecânicos. Eles são sensíveis à pressão, a machucados e cortes, por exemplo.
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Os nociceptores mecânicos mandam suas mensagem das terminações nervosas livres do mindinho até os aglomerados densos de fibras nervosas que se ligam à medula espinhal. Daí, o sinal vai até o cérebro e passa pela central de informações que chamamos de tálamo. Por fim, a informação chega ao córtex cerebral, a parte rugosa do órgão. Nessa região, são processados os sinais de toque, temperatura e dor — é uma fita curva na cabeça, como uma bandana, onde cada seção lida com partes diferentes do corpo.
A região que lida com pés e seus dedos fica no centro do córtex, onde as metades (hemisférios) do cérebro se conectam, e seu tamanho reflete a quantidade de receptores nos pés. O rosto, mãos e boca tomam a maior quantidade de espaço na curva sensorial do cérebro, e mesmo que não tomem tanta área, os pés ainda são superiores, nesse quesito, em relação ao tronco e membros, bem menos sensíveis.
Vale notar que nem todos os sinais de dor chegam ao cérebro ao mesmo tempo: o primeiro choque é gerado pelas fibras nervosas Aδ (A Delta), que são acomodadas por gordura e conseguem enviar sinais com grande eficiência. A dor pulsante e lenta que chega depois é levada pelas fibras C, cuja eficiência é menor, já que suas terminações cobrem uma área maior, cuidando das sensações de diversos dedos ao invés da ponta de apenas um só deles. Essa dor pode piorar caso o incidente gere uma inflamação.
Nos dedos, em especial, os nociceptores podem ser mais sensitivos ao trauma físico — como as topadas — por ter menos gordura, responsável por amortecer golpes contra o corpo. Quando os dedinhos são atingidos, as fibras nervosas vulneráveis são mais afetadas, e, como a jogada de pé feita ao caminhar pode chegar a uma velocidade considerável, a força gerada equivale a 2 ou 3 vezes o peso do nosso corpo todo, sendo concentrada em uma superfície bem pequena.
Apesar de intensa, a dor costuma sumir em alguns minutos ou algumas horas, em casos mais sérios. Em poucas situações, o evento pode acabar causando danos mais sérios no tecido, gerando uma torção ou até mesmo quebrando ossos e deslocando juntas. No caso da dor não ceder após alguns dias e doer mais cada vez que você tenta caminhar ou mover o dedo, pode ser a hora de procurar ajuda médica.
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Fonte: Canaltech