Saúde & Bem-estar

Pacientes de Parkinson Investem 50% da Renda Mensal em Tratamento da Doença

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Foto por AnnyksPhotography em Pixabay

Uma pesquisa inédita realizada pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein revelou que pessoas com doença de Parkinson que são acompanhadas na rede pública de saúde gastam quase metade da renda mensal (49%) em custos extras relacionados à doença. Esses custos incluem terapias e cuidadores necessários para manter a doença sob controle, mesmo com o tratamento medicamentoso sendo oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O estudo analisou dados de 1.055 brasileiros com Parkinson que recebem tratamento em dez hospitais terciários públicos em todo o Brasil. A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa e progressiva, que afeta os neurônios produtores de dopamina, substância responsável pelo controle dos movimentos do corpo.

Os sintomas da doença incluem rigidez muscular, tremores involuntários e outros sintomas motores e não motores, como diminuição do olfato, depressão e alterações no sono e no peso. O tratamento consiste em repor a dopamina no cérebro e utilizar medicações para melhorar os sintomas não motores.

Embora seja mais comum em idosos, estima-se que 10% a 20% dos casos ocorram em adultos jovens por volta dos 50 anos de idade. A pesquisa revelou que a idade média de início da doença dos participantes foi de 54 anos.

Os resultados destacam a relevância do estudo dos custos da doença de Parkinson para os usuários do SUS, uma vez que não havia uma base de dados brasileira disponível sobre o assunto. O custo médio anual da pessoa com Parkinson no Brasil, incluindo o que é coberto pelo SUS, é de R$ 20.822,05. Desse valor, a pessoa paga em média R$ 10.237,32 por ano do próprio bolso, comprometendo cerca de 49% de sua renda mensal.

O principal custo adicional associado à doença foi relacionado aos medicamentos, sendo que 82% dos entrevistados tiveram que adquirir pelo menos um medicamento para o controle da doença ao longo de 12 meses. Além disso, 78% dos pacientes entrevistados tinham cuidadores, sendo esse o segundo principal gasto apontado pela pesquisa.

A pesquisadora responsável pelo estudo destaca a importância de políticas públicas voltadas para o controle e prevenção da doença de Parkinson, visando melhorar o acesso aos medicamentos e garantir o custeio do serviço de cuidadores pelo sistema de saúde. Os resultados agora podem servir como uma base de dados específica da população brasileira para auxiliar na gestão dos recursos financeiros destinados às doenças neurológicas incapacitantes.

Com o envelhecimento da população, estima-se que até 2040 pelo menos 17 milhões de pessoas em todo o mundo terão a doença de Parkinson, tornando-a a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no planeta. Portanto, é fundamental investir em pesquisas e políticas de saúde para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os impactos econômicos causados pela doença.