Cientistas brasileiros revelaram que pacientes com gordura no fígado, condição conhecida clinicamente como esteatose hepática, têm risco elevado para o diabetes tipo 2. A probabilidade pode ser até 30% maior quando o risco é comparado com indivíduos saudáveis e ativos.
A descoberta, publicada na revista Cadernos de Saúde Pública, é bastante relevante, já que dados nacionais indicam que cerca de 25% da população brasileira convive com gordura no fígado. A boa notícia é que tanto a esteatose quanto o diabetes podem ser prevenidos com mudanças de estilo de vida, como melhora da alimentação e a prática diária de exercícios físicos — mesmo caminhadas já fazem uma boa diferença na saúde geral de uma pessoa.
Entenda os riscos da gordura no fígado
A pesquisa sobre a esteatose hepática foi liderada por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além disso, contou com a participação de membros da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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Para entender o impacto da gordura no fígado na incidência do diabetes tipo 2, o estudo usou os dados do ELSA-Brasil. No total, foram analisados relatórios médicos, exames clínicos e questionários de mais de 8 mil brasileiros, com idades entre 35 e 74 anos. O tempo médio de acompanhamento foi de 4 anos.
Entre os voluntários, a incidência da esteatose é um pouco maior que na população geral, sendo de 35,1% contra 25%. No entanto, a associação entre a gordura no fígado e o diabetes tipo 2 permanece válida em ambos os cenários. Além disso, o quadro contribuiu para casos mais frequentes de obesidade, de resistência à insulina e de triglicerídeos e colesterol elevados.
Perfil dos pacientes com esteatose no Brasil
Segundo os autores, indivíduos do sexo masculino com obesidade são os que mais desenvolvem gordura no fígado. Em comum, a maior parte desse grupo tem índices mais baixos de escolaridade e são considerados sedentários — praticam pouca ou nenhuma atividade física.
Como impedir que as pessoas desenvolvam diabetes tipo 2?
Para Luciana Costa Faria, autora do artigo e pesquisadora do UFMG, as descobertas indicam a importância de prevenir os desdobramentos da gordura do fígado na saúde do indivíduo. Nesse ponto, profissionais de saúde devem “aconselhar e recomendar mudanças significativas nos hábitos de vida [de seus pacientes], principalmente atividades físicas regulares, dieta saudável, perda de peso e controle dos demais fatores metabólicos”, orienta Faria para a Agência Bori.
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Fonte: Canaltech