Como todo produto, as vacinas contra a covid-19 têm prazo de validade. No momento, o fabricante de imunizantes Serum Institute of India (SII) tem, em estoque, 100 milhões de doses da fórmula que imuniza contra o coronavírus SARS-CoV-2, vencidas desde setembro deste ano. Agora, devem ser descartadas e destruídas.
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É o que informou Adar Poonawalla, CEO da empresa fabricante de vacinas contra covid, na quinta-feira (20), segundo a BBC. O pronunciamento ocorreu durante o encontro anual da Rede de Fabricantes de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN), na Índia.
Destruição de vacinas vencidas: por que na Índia?
As 100 milhões de doses, que serão destruídas, são da vacina Covishield, fórmula originalmente desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca. Após as pesquisas e a validação do composto, diferentes centros e empresas no mundo passaram a produzir o imunizante.
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Este é o caso do Serum Institute of India. Agora, no caso brasileiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é quem produz, de forma 100% nacional, a fórmula desde fevereiro.
Entre os indianos, a Covishield foi a vacina responsável por mais de 90% das doses aplicadas na população. No entanto, a procura caiu e as doses venceram. Desde dezembro do ano passado, a produção de novos frascos do imunizante contra a covid-19 está parada.
Vale lembrar que, até o momento, a Índia aplicou mais de 2 bilhões de doses da vacina da covid-19. Com isso, mais de 70% da população indiana recebeu pelo menos duas doses de algum imunizante, segundo o ministério da saúde local.
Independente do aparente sucesso das primeiras doses, a busca por doses de reforço no país não manteve o mesmo nível de interesse. Apenas 298 milhões de doses de reforço foram aplicadas até hoje.
“As vacinas de reforço não têm demanda, porque as pessoas, agora, parecem cansadas da covid”, explicou Poonawala. Para o CEO, uma possível estratégia seria aplicar o reforço na população, quando esta for receber a vacina anual contra a gripe (influenza). No entanto, este também não é um hábito bem estabelecido entre os indianos. “Na Índia, não existe uma cultura de tomar vacina contra a gripe todos os anos, como no Ocidente”, completa.
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Fonte: Canaltech