Estudo internacional revela que dormir pouco dias antes e depois de ser imunizado pode comprometer a eficácia da vacina. Analisando os dados sobre a resposta imune de pessoas que dormiram mal, tiveram insônia ou foram tarde para cama, os cientistas descobriram que uma menor quantidade de anticorpos são produzidos contra o agente infeccioso. Inclusive, o fato pode afetar a imunização contra a covid-19.
- Pode beber depois da vacina?
- Depois da vacina da covid, quanto tempo é preciso esperar para doar sangue?
Publicado na revista científica Current Biology, a meta-análise — estudo que compara os resultados obtidos por outras pesquisas sobre o mesmo tema — foi desenvolvida por pesquisadores de diferentes instituições e organizações no mundo, como a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos.
Vale explicar que, no levantamento, foi considerado que “dormir pouco” é ter menos de seis horas por noite de descanso. Para uma vida saudável, a recomendação dos especialistas é que sejam necessárias pelo menos sete horas noturnas de sono.
–
Siga o Canaltech no Twitter e seja o primeiro a saber tudo o que acontece no mundo da tecnologia.
–
Eficácia de qual vacina cai quando a pessoa dorme pouco?

Na meta-análise, os pesquisadores incluíram especificamente dados sobre a associação entre a duração do sono e as respostas de anticorpos para as vacinas contra influenza (gripe) e hepatite. Além disso, todos os participantes, rastreados a partir de outros estudos, eram saudáveis e tinham mais de 18 anos. É possível que a relação seja diferente em idosos ou pessoas imunossuprimidas, por exemplo.
Como dormir pouco altera o efeito da vacina da covid-19?
Embora os cientistas não tenham incluído dados do mundo real referentes aos efeitos da vacina contra a covid-19, o grupo recorreu a modelos matemáticos e descobriu que poucas horas de sono também podem, hipoteticamente, afetar a produção de anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2.
No caso específico do coronavírus, a resposta estimada de anticorpos naqueles com sono reduzido foi tão profunda que foi semelhante ao declínio dos anticorpos contra a covid-19 identificada dois meses após a vacinação com as fórmulas da Pfizer ou da Moderna, após o pico de produção.
Dormir bem deve ser recomendação para melhorar efeitos da vacina
Segundo os autores, “a proteção conferida por uma determinada vacina depende da magnitude da resposta imune individual”. Como foi possível observar que o tempo de sono impacta esta reação, a equipe sugere que “a otimização da duração do sono na época da vacinação pode aumentar a resposta de anticorpos”, devendo ser recomendada formalmente.
Apesar disso, a descoberta ainda deve ser mais investigada. Por exemplo, “a associação [entre sono e produção de anticorpos] parece robusta em homens, mas são necessários mais dados em mulheres”, afirmam os autores. Por enquanto, ainda não se sabe o porquê desta diferença e nem se outros fatores, como a questão hormonal, podem impactar a relação.
Além disso, o estudo mediu apenas a produção de anticorpos. As vacinas ativam outros componentes do sistema imunológico, como as células T de memória. Neste caso, não se sabe como as poucas horas dormidas podem afetar os outros mecanismos envolvidos com a proteção de um indivíduo.
Trending no Canaltech:
- Ronco é sinal de alerta para problemas de saúde mais graves
- Um objeto atingiu a Lua — e este astrônomo conseguiu filmar o impacto
- Câncer de próstata | Toque retal não é melhor forma de diagnóstico precoce
- Wegovy: remédios para perda de peso conquistam cada vez mais espaço
- Fotos da Lua com celulares Samsung causam polêmica novamente
- Vírus bancário para Android já atinge mais de 400 bancos de todo o mundo
Fonte: Canaltech