Pacientes que perdem massa muscular na fase aguda da covid-19, quando estão hospitalizados, têm alto risco de desenvolver a covid longa. Segundo pesquisadores brasileiros, quanto mais “músculos” a pessoa perde, maior a chance de enfrentar sequelas da infecção.
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Publicado na revista científica Journal of the American Medical Directors Association (Jamda), o estudo que associa a covid longa com a perda muscular na fase aguda da doença foi liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).
No estudo, os autores observam que as sequelas mais comuns da covid-19 nessas circunstâncias são:
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- Fadiga;
- Mialgia (dores musculares);
- Comprometimento muscular;
- Dor de cabeça;
- Dor no peito;
- Dispneia (sensação de falta de ar);
- Tosse crônica;
- Anosmia (perda do olfato).
Além disso, os resultados da pesquisa apontam para a existência de uma relação entre maior perda de massa muscular e maiores gastos com saúde nos meses seguintes à alta hospitalar. Cada voluntário foi acompanhado, em média, por seis meses.
Como a pessoa perde massa muscular com a covid-19?
É importante destacar que “a perda de massa muscular é razoavelmente comum durante períodos prolongados de internação hospitalar”, explica Hamilton Roschel, pesquisador da Faculdade de Medicina e o líder do estudo, em comunicado.
“No entanto, esse quadro parece ser exacerbado em pacientes hospitalizados por covid-19, afetando a massa, a força e a função muscular a ponto de comprometer a mobilidade do paciente em alguns casos”, detalha Roschel sobre as descobertas da pesquisa sobre a presença da covid longa.
Para chegar a estas conclusões, a equipe da USP analisou 80 pacientes que tiveram formas moderadas ou graves da covid-19, e que foram internados no Hospital das Clínicas, em São Paulo, no ano de 2020. Aqui, cabe observar que nenhum dos voluntários estava vacinado contra a doença e os efeitos da infecção podem ser outros em um cenário onde doses de reforço já são aplicadas.
Como parte do estudo, a equipe de médicos e cientistas mediu a força e a massa muscular dos pacientes em quatro momentos:
- Quando ocorreu a entrada hospitalar;
- Quando tiveram alta;
- Dois meses após a alta hospitalar;
- Seis meses após a alta hospitalar.
Efeitos da covid longa
Segundo os autores do estudo, a fadiga (76%) e a dor muscular (66%) foram as duas principais sequelas da covid longa em pacientes que tiveram perda muscular significativa durante o período de internação. Entre os pacientes que tiveram menor comprometimento da musculatura, a prevalência foi, respectivamente, de 46% e 36%. Além disso, diferentes sequelas da doença, como tosse crônica, dor de cabeça e dispneia, foram relatadas de forma desigual.
Inclusive, os autores apontam que, passados seis meses da alta hospitalar, os pacientes que haviam perdido mais massa muscular continuavam a ter dificuldade para recuperar a musculatura prévia. Enquanto isso, os que tiveram pouca perda se recuperaram quase que totalmente no mesmo período.
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Fonte: Canaltech