A chegada do inverno no Brasil exige uma série de cuidados com a saúde, e no que diz respeito aos idosos, a situação é ainda mais delicada e pede cautela redobrada. Anteriormente, um estudo publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology apontou que no frio, o sistema imunológico não é tão eficaz. Com isso, os vírus conseguem invadir as células saudáveis de forma mais fácil.
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Na ocasião, os pesquisadores analisaram células e amostras do tecido coletadas do nariz que foram expostas a três ameaças: um tipo de coronavírus e dois rinovírus que causam o resfriado comum. Para comparar a resposta “normal” do sistema imunológico com a gerada em baixas temperaturas, as células do experimento foram expostas a uma temperatura de 4,4° C por 15 minutos.
Nessas circunstâncias, a quantidade de vesículas extracelulares secretadas pelas células nasais diminuiu em quase 42% e as proteínas antivirais eram menos eficazes. Na prática, essas vesículas extracelulares atacam as células invasoras, impedindo um número significativo de doenças virais.
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Quais são as doenças mais comuns no inverno?
Segundo o Paulo Camiz — clínico geral e geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo e professor da USP — as doenças mais comuns no período do inverno são aquelas que envolvem o aparelho respiratório, como infecções das vias aéreas. O especialista também levanta um alerta para os quadros de asma e rinite.
“No caso das infecções, o frio faz com que as mucosas fiquem mais suscetíveis às colonizações por bactérias. O muco permeia as nossas vias aéreas, e no inverno, o aparelho que deixa ele em movimento faz com que fique mais paralisado, sem exercer tão bem o papel de filtro. Então os vírus e as bactérias podem se instalar nas vias aéreas e proliferar”, explica o profissional.
Camiz reitera que, durante o frio, as pessoas tendem a ficar mais em situações de confinamento, ou seja: em ambientes fechados. “Assim, a transmissibilidade entre as pessoas aumenta no inverno”, afirma.
Inverno exige cuidados
Para aqueles que sofrem com as crises de asma e rinite no inverno, o clínico geral recomenda o uso de máscara, pois ela faz com que o ar entre o material e a boca fique quente e umidificado. “Isso previne crises alérgicas das vias aéreas”, diz o especialista.
Outra recomendação é evitar lugares fechados, em que muitas pessoas ficam aglomeradas, sem ventilação. “Para a população de risco, é importante tomar as vacinas. Se você tem uma doença que afete a sua imunidade, não deixe de tomar a vacina da gripe“, orienta.
Idosos no inverno
Conforme nos explica Natan Chehter — geriatra membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Estadual Mário Covas — o envelhecimento leva à redução da reserva funcional. “A saúde do idoso não é mais frágil, mas temos mais idosos do que adultos com a saúde debilitada. Logo, tem mais idosos doentes. Essa é a lógica.”
De qualquer forma, o geriatra acrescenta que o idoso saudável pode ter uma infecção mais grave do que um adulto porque a capacidade de lidar com essa agressão (como uma covid-19, uma infecção, uma queda) é mais baixa.
“A velocidade com a qual um idoso se recupera é muito diferente de um adulto. A chance de encontrar um idoso com a recuperação mais lenta, por conta de não ter tanta reserva funcional, ou por conta de já ter alguma doença prejudicando sua funcionalidade, é bem alta”, reflete o especialista.
Natan recomenda que, no inverno, os idosos que têm dificuldades maiores por conta de tosse, disfagia (desconforto em levar o alimento da boca até o estômago, o que causa engasgos e a sensação de algo preso na garganta) ou outras doenças devem trabalhar isso com fisioterapia e exercícios de expansibilidade pulmonar.
Um alerta do geriatra é que os idosos devem tomar as vacinas antes da época do inverno: “A melhor época para tomar a vacina para influenza, por exemplo, é no outono, porque quando chegar no inverno, os idosos já estão com o sistema imune preparado”, conclui.
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Fonte: Canaltech