Saúde & Bem-estar

Brasil lidera ranking de depressão na América Latina: Entenda as Razões por Trás deste Triste Recorde

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Imagem de Lucija Rasonja por Pixabay

 

Um novo mapeamento sobre a depressão realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que 5,8% da população brasileira, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros, sofrem com essa doença. Esses dados colocam o Brasil como o país com a maior prevalência de depressão na América Latina.

De acordo com especialistas, vários fatores contribuem para o alto índice de depressão no Brasil. A pobreza, o desemprego e eventos traumáticos, como a perda de entes queridos e problemas relacionados ao consumo de álcool e drogas, aumentam o risco de desenvolver essa doença.

Além disso, a desigualdade social também desempenha um papel importante. Segundo André Brunoni, chefe do grupo de Psiquiatria Intervencionista do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), pessoas expostas à violência, estresse e vulnerabilidade social têm maior probabilidade de serem diagnosticadas com depressão.

As mulheres são as mais afetadas pela doença. De acordo com a OMS, elas têm duas vezes mais chances de serem diagnosticadas com depressão do que os homens. Fatores biológicos, como os níveis mais baixos de testosterona nas mulheres, e questões sociais e psicológicas contribuem para essa diferença.

O preconceito em relação à depressão também é uma barreira para o diagnóstico e tratamento adequados. Muitas pessoas enfrentam estigma e são desencorajadas a buscar ajuda. No entanto, a conscientização sobre a saúde mental está aumentando, e campanhas contra a psicofobia têm sido lançadas para combater o preconceito.

O acesso ao tratamento especializado também é um desafio no Brasil. A falta de profissionais na rede pública de saúde e a escassez de recursos dificultam o atendimento adequado aos pacientes com depressão. Além disso, falta um protocolo de atendimento padronizado para essa doença.

O Ministério da Saúde tem trabalhado para melhorar a assistência em saúde mental no país. Foram investidos mais de R$ 200 milhões na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para ampliar o atendimento às pessoas com depressão. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a necessidade de mais profissionais e uma melhor estruturação da rede de atendimento.

A depressão é uma doença complexa que afeta milhões de brasileiros. É importante que haja um esforço contínuo para aumentar a conscientização sobre o tema, combater o estigma e garantir acesso adequado ao tratamento. A saúde mental deve ser uma prioridade em nosso país.