Cientistas brasileiros começam a desenvolver um novo teste RT-PCR para diagnóstico do vírus de Marburg. Medida é preventiva, já que o Brasil nunca identificou um paciente com a doença, conhecida por ser uma das mais mortais do mundo e com taxa de letalidade de até 88%. Hoje, este tipo de febre hemorrágica é responsável por um surto isolado na Guiné Equatorial, país localizado na África Central.
- OMS alerta para o risco de disseminação do vírus Marburg
- Vírus Marburg: OMS declara surto na Guiné Equatorial após 9 mortes
A iniciativa que busca desenvolver um teste molecular para a detecção da doença é coordenada pelo Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Inclusive, o chefe do laboratório, Amilcar Tanuri, já atuou no controle de outra epidemia provocada pelo vírus Marburg, em 2005, na Angola.
Como está o desenvolvimento do teste para o vírus Marburg?

“Estamos produzindo os primers [responsáveis por criar uma cópia do material genético do vírus] para fazer o teste PCR em tempo real, como o que a gente fez para a covid-19″, explica Rodrigo Brindeiro, pesquisador do laboratório, em comunicado.
–
Baixe nosso aplicativo para iOS e Android e acompanhe em seu smartphone as principais notícias de tecnologia em tempo real.
–
“Com isso, conseguiremos ter, em tempo recorde, o diagnóstico de qualquer caso de Marburg ou ebola [vírus ‘primo’ do Marburg] que a gente receba no Brasil”, acrescenta o cientista Brindeiro. Aqui, vale destacar que o diagnóstico precoce, como em toda doença, é a melhor estratégia para quebrar uma cadeia de transmissão.
Medidas de prevenção contra o vírus Marburg no Brasil
Em sua última atualização sobre a situação da Guiné Equatorial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como “insuficiente” a capacidade do país em gerir o surto. Neste contexto, a agência indicou que o risco é alto do patógeno chegar até outras regiões daquela nação. Para os países vizinhos, o risco é moderado. Atualmente, a OMS descarta a ameaça de uma nova pandemia.
Vale explicar que a infecção por Marburg causa febre, dor de cabeça, dores musculares, vômito com sangue e diarreia. Todos os sintomas iniciais são semelhantes com os de outras doenças hemorrágicas, como dengue e zika, dificultando o diagnóstico. Ainda não há uma vacina contra a doença.
Neste contexto, Brindeiro defende o monitoramento de quem chega ao Brasil vindo de regiões epidêmicas para o vírus Marburg. Para o especialista, “é muito difícil distinguir um vírus do outro num país que já tem epidemias eventuais de doenças hemorrágicas”. Dessa forma, quarentena e testes podem ser estratégias benéficas.
Trending no Canaltech:
- Estudo indica tempo diário mínimo de atividade física para manter a saúde
- Governo proíbe testes em animais para cosméticos e perfumes
- Doença de Alzheimer está relacionada com frutose no cérebro
- As 10 séries mais assistidas da semana (26/02/2023)
- OMS alerta para o risco de disseminação do vírus Marburg
- Céu de março | Vênus e Júpiter em conjunção brilham muito neste mês
Fonte: Canaltech