Em novo estudo, cientistas conseguiram desenvolver um novo tipo de adesivo com microagulhas que trata efetivamente a acne, numa abordagem diferente dos tratamentos comuns contra a condição de pele. Ao invés de utilizar antibióticos, o dispositivo libera nanopartículas na pele capazes de matar a bactéria causadora da acne, cujo acionamento é feito mediante a exposição a ondas de ultrassom.
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Geralmente, a acne resulta de um excesso de oleosidade liberado pela pele, que acaba entupindo os folículos capilares e criando um microambiente baixo em oxigênio — perfeito para que a bactéria Propionibacterium acnes se desenvolva. O folículo fica, então, infectado e inflamado, gerando a característica espinha avermelhada e pronunciada.
Alguns antibióticos tópicos ou orais ajudam a mitigar alguns casos da condição, mas não funcionam para todos os pacientes. Alguns ainda podem sofrer de efeitos adversos, e as bactérias podem acabar desenvolvendo resistência à medicação, diminuindo seu potencial curativo com o tempo.
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O novo tratamento contra acne
Em um estudo publicado no periódico científico Science Advances, pesquisadores da Universidade de Hong Kong detalham o desenvolvimento da nova intervenção terapêutica contra a acne. Adesivos de microagulha geralmente são feitos de pequenas folhas de polímero com uma série de minúsculos pinos preenchidos com medicamentos. Pressionado contra o corpo, o adesivo faz com que as microagulhas penetrem a pele sem dor, dissolvendo e liberando a substância no organismo.
No caso do remédio anti-acne, os pequenos pinos trazem nanopartículas com um material descrito como “estrutura baseada em zinco orgânico-metálica”. Uma vez na pele infectada pela P. acnes, a região é exposta a pulsos de ultrassom. Isso faz com que as nanopartículas produzam substâncias químicas chamados de “espécies reativas ao oxigênio”, que matam as bactérias do local.
Em testes com camundongos, 15 minutos de exposição a estímulos de ultrassom foram o bastante para erradicar 99,73% da bactéria nas espinhas tratadas com o adesivo. Além disso, outro efeito positivo foi notado — os íons de zinco liberados pelas nanopartículas ainda ajudam a ativar os fibroblastos, células de tecido conectivo, que começam a reparar a pele mais rapidamente.
Os cientistas confiam no potencial terapêutico do adesivo transdérmico e não-antibiótico, que, apesar de ainda não ter sido testado em humanos, já mostrou resultados promissores. Por conta do mecanismo específico com base em espécies reativas ao oxigênio, os profissionais acreditam que poderão usar o mesmo método para tratar outras infecções de pele, como as geradas por fungos, vírus ou parasitas.
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Fonte: Canaltech