Um estudo publicado na Nature Communications no último dia 25 busca compreender por que determinadas dores pioram após uma noite de sono insuficiente. Na ocasião, os pesquisadores revelam um neurotransmissor envolvido na dor causada pela privação de sono.
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Trata-se do neurotransmissor N-araquidonoil dopamina, um endocanabinóide. No estudo feito em roedores, ele foi reduzido em uma região do cérebro ligada ao processamento sensorial. A administração do neurotransmissor a essa região aliviou a resposta à dor anteriormente intensificada.
Os cientistas comentam que ficar sem dormir direito agrava a resposta do sistema nervoso a estímulos potencialmente dolorosos e faz com que a dor piore. Porém, pelo menos por enquanto, as vias que levam as pessoas a sentir dores de cabeça e no corpo após a falta de sono não foram bem definidas , tornando o tratamento mais difícil.
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Foi justamente com isso em vista que os pesquisadores realizaram testes em ratos e descobriram que a perturbação crônica do sono os tornou mais sensíveis à dor. Nesse caso, parte da culpa também se deve a sinalização de uma parte do cérebro chamada núcleo reticular talâmico.
Esse núcleo desempenha um papel na regulação do estado de alerta e controla o fluxo de informações sensoriais para o córtex, a camada externa de neurônios em nosso cérebro.
Privação do sono e dor
Os pesquisadores perceberam que os níveis de endocanabinoide NADA eram mais baixos no núcleo reticular talâmico de ratos que não dormiram o suficiente em comparação com ratos do grupo controle.
Assim, quando a equipe administrou o N-araquidonoil dopamina em camundongos privados de sono, o aumento da ativação dos neurônios que sinalizavam para a região do tálamo foi revertido, e os camundongos não mostraram mais sinais de aumento da sensibilidade à dor.
A conclusão é que esse neurotransmissor é fisiologicamente importante, e a interrupção crônica do sono leva à diminuição dos níveis, levando à hiperalgesia, ou seja, ao aumento da sensibilidade à dor.
Ciência e dor
Estudos anteriores permitiram compreender alguns mistérios das dores, e permitiram entender por que o ser humano grita de dor (não apenas para transmitir perigo, mas também para induzir medo no ouvinte e aumentar a consciência) e por que a dor nos faz perder o apetite (por causa dos neurônios no córtex cingulado anterior).
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Fonte: Canaltech