Você já ouviu falar em pró-fármacos? São substâncias que só podem causar um efeito depois de serem decompostas por enzimas no sistema digestivo ou outras reações químicas no corpo. No entanto, as autoridades estão preocupadas: esse método tem sido utilizado para que drogas ilícitas escapem da detecção.
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Embora tenham usos farmacológicos legítimos, para fins de drogas ilícitas trata-se de um fenômeno relativamente novo. Vale entender que a maioria das drogas ilícitas funciona interagindo com receptores específicos de células cerebrais, mas para os pró-fármacos, uma pequena parte da molécula precisa ser removida ou substituída antes que possa atuar nesses receptores. Isso é feito dentro do corpo por processos naturais.
Um exemplo é o ALD-52 (1-acetil-LSD), um pró-fármaco que é convertido pelo corpo em LSD. O governo do Reino Unido relatou a substância em 2014, e desde então, muitos outros pró-fármacos foram identificados. No Brasil, os primeiros relatos desses pró-fármacos de LSD foram feitos em 2022.
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No que diz respeito aos estimulantes, algumas substâncias disponíveis comercialmente podem ser convertidas no organismo em anfetaminas e podem ser abusadas por seus efeitos potencialmente psicoativos. Atualmente, também foram desenvolvidas algumas maneiras de mascarar o MDMA adicionando uma pequena molécula que pode ser removida por reações químicas ou no estômago através do contato com o ácido gástrico.
Como detectar pró-fármacos?
Para a detecção, as forças policiais precisam de amostras de referência para comparar a droga ou equipamentos avançados para descobrir sua estrutura molecular. Como a lista desses compostos não é conhecida e mudanças químicas mínimas podem levar a diferentes padrões a serem analisados, esses novos medicamentos são fáceis de perder.
Como os pró-fármacos devem ser convertidos dentro do corpo antes de se tornarem ativos, eles ficam ausentes em casos de overdoses letais, pois a substância que causa danos é o produto dessa transformação. Identificar adequadamente qual droga foi usada originalmente poderia ajudar.
Com uma nova substância psicoativa chegando ao mercado ilegal aproximadamente a cada semana, a grande diversidade de drogas no mercado tem sido apontada como um dos principais desafios para toxicologistas.
Drogas podem ser benéficas?
Nos últimos anos, a comunidade científica tem se concentrado em descobrir possíveis benefícios de drogas psicotrópicas. Em 2022, por exemplo, um estudo apontou que o LSD é capaz de “reabrir” o cérebro para novos aprendizados.
Já em um estudo publicado na Neuropsychopharmacology ainda neste ano, pesquisadores passaram a testar os efeitos terapêuticos da mistura de LSD e MDMA. A descoberta é que essa união pode aumentar os impactos positivos no humor e diminuir a ansiedade associada à resposta do LSD.
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Fonte: Canaltech