Misturas caseiras para limpeza podem criar compostos tóxicos

Ter álcool e água sanitária para limpeza e desinfecção de ambientes em casa é algo comum. Porém, a mistura desses dois produtos pode resultar na criação de um gás com alto poder de intoxicação, o clorofórmio gasoso. E esse é apenas um exemplo de compostos químicos que podem ser prejudiciais para quem tem o hábito de combinar produtos de limpeza.

Nas últimas semanas, diversos vídeos nas redes sociais viralizaram com o objetivo de ensinar como fazer misturas para a limpeza doméstica, com a justificativa de que essas composições limpam com mais eficiência e baixo custo financeiro. O que esses vídeos não dizem é que essas misturas podem ter um grande impacto na saúde das pessoas e dos animais, com riscos de internações e até de morte.

A presidente do Conselho Regional de Química da Paraíba, Raquel Lima, chama a atenção para o perigo das misturas de produtos que não provocam uma reação visível. “Existem misturas que liberam compostos que não são percebidos de imediato, mas podem causar danos a longo prazo. Um exemplo é a exposição prolongada a cloroaminas, que pode levar a problemas respiratórios crônicos”.

A auxiliar de serviços gerais Osana Miguel da Silva alerta para os riscos que essas misturas podem trazer para os profissionais do setor.

“Ela acha que fazendo a mistura, vai beneficiar a limpeza, mas elas não sabem que há causas para a saúde delas mesmas. Sabão com cloro pode usar normal para lavar banheiro. Só não pode misturar com removic, porque vira uma bomba. E o cloro com álcool, que tem gente que não tem noção que está trazendo risco para elas mesmas”.

Além das orientações que devem constar no rótulo dos produtos de limpeza, a população e os profissionais de saúde também podem contar com o serviço do Disque-Intoxicação, criado pela Anvisa, no número 0800-722-6001. Ele conecta os usuários a uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat) e presta esclarecimentos sobre primeiros socorros e o tratamento adequado para cada tipo de substância tóxica.

*Com supervisão de Fábio Cardoso