Artefatos de pedra com 45.000 anos estão mudando a percepção da ciência sobre a migração e a cultura humana no leste asiático, já que foram criadas por Homo sapiens no sítio de Shiyu, no nordeste da China, com materiais de locais muito distantes e tecnologias vindas de outros lugares. Além de conter a evidência mais antiga dos humanos modernos na região, o sítio arqueológico mostra como, desde o início, trocas de ideias e técnicas de trabalho eram difundidas na nossa espécie.
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O processo verificado na região é chamado de crioulização, que define o contato entre sociedades e povos humanos migrantes e sua mistura de características e inovações. Shiyu foi habitado por um longo tempo, com ferramentas de pedras e artefatos sendo encontrados a até 30 metros de profundidade, escondidos por sedimentos. Descobrir quem viveu no local e por quanto tempo tem sido um desafio para a ciência há muito tempo.
Humanos antigos no leste asiático
Em 1963, escavações revelaram 15.000 artefatos de pedra em Shiyu, além de pedaços de osso e dentes e um fragmento de crânio de um H. sapiens. A maior parte da coleção se perdeu desde então, incluindo os restos humanos, mas cientistas continuaram as investigações, escavando o local novamente em 2013. O esforço foi guiado pelo paleoantropólogo Shi-Xia Yang, da Academia de Ciências da China, que está caracterizando em detalhes os achados junto a uma equipe internacional desde então.
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Com técnicas de datação por radiocarbono e luminescência ótica, descobriu-se que os itens da camada mais inferior tinham até 45.000 anos, e que o trabalho de lascagem realizado tinha técnicas como a Levallois, que foi criada na Europa por culturas neandertais há cerca de 250.000 anos.
Os instrumentos ainda haviam sido trabalhados para facilitar o encaixe em hastes de madeira, o que indica habilidades de caça, e incluíam obsidiana, tipo de rocha que só pode ser encontrada entre 800 km e 1.000 km de distância do sítio, o que indica comércio, viagens ou ambos.
A maioria dos ossos era de cavalos adultos, apresentando marcas de corte característica de carneamento. Os humanos de Shiyu seriam, então, caçadores habilidosos que predavam e se alimentavam de cavalos. As evidências encontradas no local mostram a amálgama de culturas e técnicas compartilhadas por nossos ancestrais enquanto se expandiam pelo mundo, aumentando sua complexidade e demonstrando uma capacidade adaptativa única.
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Fonte: Canaltech