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Os indígenas Avá-Guarani, que vivem em Guaíra, no oeste do Paraná, divulgaram uma carta pública pedindo mais segurança, após ataque a tiros no fim de semana.
De acordo com relato de uma pessoa que estava no local no momento da violência, os tiros começaram no fim da tarde de domingo, quando a comunidade estava reunida para jogar futebol. Por segurança, o nome da testemunha não vai ser divulgado.
“Quando eles ainda estavam no campo, jogando bola, começaram os primeiros disparos. Foi questão de segundos, 20 tiros de uma arma pesada. Quem conhece barulho de tiro disse que foi metralhadora”.
Ela diz que a cena deixou todos aterrorizados.
“Só deu tempo de eu abraçar minhas filhas e fiquei paralisada. Começou a dar ataques de ansiedade e não conseguia respirar. Fiquei apavorada olhando todo o pessoal se jogando no chão, pra não ser atingido, e as crianças correndo apavoradas, sem direção. Foi uma cena muito terrível”.
Na carta pública, os indígenas dizem que, pouco antes do ataque, um carro teria filmado as casas dos moradores. Eles ainda denunciam que não-indígenas estariam entrando e ocupando a aldeia.
Os Guarani pedem que a Força Nacional de Segurança continue na região. A portaria que autoriza a atuação dos agentes na região vence em 8 de novembro.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, por meio de nota, que ainda não recebeu solicitação formal do Governo do Estado do Paraná para a renovação do emprego da Força Nacional, mas que está disponível para atender a demanda.
Os Avá-Guarani realizam ações de retomada de terras, que fazem parte do território Guasu Guavirá, em Guaíra e Terra Roxa. A área já foi reconhecida pela Funai; mas a demarcação está parada na justiça. Proprietários rurais negam que os indígenas tenham esse direito.
francislene.paula , .
Fonte: Agencia brasil EBC..
Wed, 16 Oct 2024 16:49:21 +0000