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A 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), a principal mobilização dos povos indígenas por seus direitos, terminou nesta sexta-feira (11), em Brasília. Na carta final do evento, os indígenas lembraram os cenários global e nacional marcados pelo avanço da extrema-direita e por ataques sistemáticos aos direitos dos povos originários. Eles comemoraram também os 20 anos de criação da Apib, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
A carta lembra o protagonismo que os indígenas alcançaram e, com isso, foram alçados a cargos estratégicos, como no Ministério dos Povos Indígenas, na Funai e na Secretaria Especial de Saúde Indígena. Mas lembram que, sem estrutura, não há transformação e pedem mais orçamento e autonomia para as políticas públicas.
O coordenador da Apib, Dinamam Tuxá, relembrou a repressão da polícia legislativa contra a marcha ocorrida nesta quinta-feira (10) em frente ao Congresso Nacional. Tuxá reforçou que os povos vão continuar enfrentando o racismo institucional contra os indígenas:
“A nossa força, a nossa diversidade e, principalmente, a nossa unidade por um objetivo comum, que é a defesa das nossas vidas e do nosso território. Nós não vamos mais permitir que deputados, senadores ou qualquer um que seja nos ataquem e continuem impunes. Vamos recorrer onde tiver que recorrer, e vamos fazer luta onde tem que fazer luta. Fortalecendo as instituições, que nós não somos golpistas. Pelo contrário, nós queremos que não tenha anistia, sem anistia para golpista”.
A carta final do ATL reforça que, frente aos eventos climáticos extremos, que viraram rotina, não há mais tempo. É preciso uma transição energética justa e sustentável.
Para os indígenas, os ataques sistemáticos aos seus direitos devem parar. Eles denunciam que a Câmara de Conciliação sobre o marco temporal, criada pelo STF sem a participação da Apib, representa o maior ataque institucional desde a promulgação da Constituição de 1988. Os indígenas reafirmam que não aceitarão manobras que enfraqueçam seus direitos.
O Acampamento Terra Livre reforça: “a resposta somos nós”. Que as crises climática, ambiental, alimentar e civilizatória têm nos modos de vida, saberes e práticas indígenas o caminho para a regeneração do planeta. E que os povos originários não devem ficar à margem da COP30.
rafael.guimaraes , .
Fonte: Agencia brasil EBC..
Fri, 11 Apr 2025 23:47:23 +0000