O telescópio James Webb revelou o par de galáxias em fusão mais distantes já observadas. A presença de seus respectivos buracos negros significa que os astrônomos podem ter encontrado uma importante pista sobre a evolução desses objetos supermassivos.
- Confirmado: buraco negro supermassivo na galáxia M87 está girando
- Eis uma pista sobre a origem dos buracos negros supermassivos
Um dos grandes mistérios da astrofísica é a existência de buracos negros supermassivos no centro de galáxias extremamente antigas. O James Webb encontrou vários exemplos desses objetos em uma época em que, segundo a teoria, não deveriam ser tão massivos.
De acordo com o modelo mais aceito atualmente, os buracos negros ganham massa por meio de processos lentos, mas algumas galáxias encontradas pelo Webb já possuiam buracos negros supermassivos quando o universo era muito jovem.
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Os astrônomos ainda não sabem explicar como esses objetos conseguiram ganhar tanta massa em tão pouco tempo, mas há algumas hipóteses. As principais e mais prováveis são:
- Buracos negros supermassivos se formaram no início do universo por meio de colapso de nuvens de gás gigantescas,
- Buracos negros supermassivos nasceram menores e ganharam massa colidindo entre si, por meio da fusão de suas galáxias hospedeiras.
Com a nova descoberta, os cientistas podem ter encontrado uma pista que favorece a segunda hipótese. É que os dados do Webb mostram duas galáxias em fusão em uma época em que o universo tinha apenas 740 milhões de anos.
Os cientistas podem deduzir isso porque a luz das galáxias descobertas viajou por cerca de 13 bilhões de anos antes de chegar aos espelhos do James Webb. Ou seja, os astrônomos estão vendo os objetos do jeito que eram há 13 bilhões de anos (o universo tem hoje cerca de 13,8 bilhões de anos).
“Nossas descobertas sugerem que a fusão é um meio importante através do qual os buracos negros podem crescer rapidamente, mesmo no amanhecer cósmico”, disse Hannah Übler, líder da pesquisa e cientista da Universidade de Cambridge. O sistema de galáxias em fusão foi chamado de ZS7.
Um dos dois buracos negros tem massa 50 milhões de vezes a massa do Sol, enquanto o outro objeeto se mostrou um pouco mais difícil de se medir. Mesmo assim, a equipe acredita que sua massa deve ser semelhante à de seu parceiro.
O estudo foi publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
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Fonte: Canaltech