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Astrônomos apontam para nova classe de exoplanetas que poderiam ser habitáveis

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Até o momento, a vida só é conhecida em nosso planeta. Por isso, as buscas por seres vivos costumam focar em exoplanetas parecidos com a Terra. No entanto, isto não significa que seres vivos não possam existir em mundos diferentes. Em um novo estudo, astrônomos concluíram que planetas do tipo mini-Netuno, com atmosferas ricas em hidrogênio e a uma distância certa de suas estrelas, poderiam abrigar a vida como a conhecemos— apelidados como “Hycean”.

Exoplanetas do tipo mini-Netuno são bem mais numerosos entre os já conhecidos do que os rochosos, como a Terra. Segundo o astrônomo Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge e principal autor do novo estudo, algumas condições nos oceanos desses mundos podem ser semelhantes às condições habitáveis dos oceanos da Terra. “Ou seja, temperaturas e pressões semelhantes, presença de água líquida e energia da estrela”, acrescenta Madhusudhan. A equipe apelidou estes planetas como “Hycean”.

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Conceito artístico do exoplaneta K2-18b (Imagem: Reprodução/NASA)

A equipe supõe que, se a vida aquática microbiana pode se formar nesses oceanos assim como aconteceu na Terra, espera-se encontrar bioassinaturas em suas atmosferas. Até hoje, foram encontrados e confirmados mais de 4.500 exoplanetas e o tipo mais comum é o mini-Netuno — com cerca de 1,6 a 4 vezes o diâmetro da Terra. Seu tamanho e composição, apontam os pesquisadores, resultam em uma atmosfera densa e rica em hidrogênio e, possivelmente, um oceano líquido logo abaixo.


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Estudos anteriores, indicaram que a pressão nesses mundos seria muito forte para sustentar a vida, mas, no ano passado, Madhusudhan e equipe publicaram um artigo sobre o mini-Netuno K2-18b, onde eles apontaram uma série de condições sob as quais este exoplaneta poderia, sim, ser habitável. Agora, a nova pesquisa amplia essa possibilidade, definindo alguns parâmetros. Segundo eles, mundos “Hycean” podem ter até 2,6 vezes o tamanho da Terra e até 10 vezes sua massa.

Além disso, os astrônomos apontaram para um intervalo maior entre a distância desses mundos de suas estrelas hospedeiras para abrigar a vida, ou seja, uma zona habitável mais ampla. Exoplanetas Hycean podem estar tão próximos de sua estrela que as temperaturas atmosféricas chegam a quase 200 °C ou a distâncias em que planetas rochosos podem ser muito gelados. “O aquecimento do efeito estufa, devido ao hidrogênio molecular (H2) é tal que o planeta pode estar muito longe da estrela e ainda ter condições habitáveis ​​quentes na superfície”, acrescenta Madhusdhan.

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(Imagem: Reprodução/NASA/ESA/Z. Levy)

De acordo com a pesquisa, mundos muito próximos de suas estrelas a ponto de serem travados pela força de maré, onde um lado do planeta é permanentemente iluminado por sua estrela, seriam classificados como “Hycean escuro” — ali, a vida só poderia existir no lado noturno. Já os mundos “Hycean frios”, seriam os localizados a distâncias menores, recebendo pouca luz, calor e radiação. Estes novos parâmetros poderão orientas os olhares em futuras pesquisas de atmosferas desses mundos à procura de bioassinaturas.

No artigo, a equipe apresenta alguns desses biomarcadores que seriam encontrados em mundos Hycean, como cloreto de metila e sulfeto de dimetila, que podem sinalizar a presença de vida. A equipe espera que com novos equipamentos, como o Telescópio Espacial James Webb, previsto para ser lançado ainda neste ano, este trabalho seja realizado de maneira satisfatório. “Este é um caminho fundamentalmente novo em nossa busca por vida em outro lugar e contém uma promessa significativa para a detecção de vida em um exoplaneta em uma escala de tempo de alguns anos”, ressalta Madhusdhan.

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Fonte: Canaltech