Há duas semanas, o Wall Street Journal publicou reportagem sobre uma pesquisa interna do Facebook que tratava do potencial nocivo do Instagram sobre a mente de adolescentes. O levantamento conduzido pela própria companhia revelou, entre outros dados alarmantes, que 32% das meninas com menos de 18 anos disseram se sentir mal com seus corpos e que a rede social comandada por Adam Mosseri piorava esse sentimento.
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Passada a repercussão negativa inicial, o Facebook decidiu se posicionar sobre o assunto e argumentou que o veículo teria “entendido mal” não apenas o propósito do levantamento, mas também os resultados encontrados. A matéria obviamente assustou as pessoas e levantou preocupações acerca do compartilhamento de fotos e vídeos, o que levou os legisladores dos Estados Unidos a pressionarem o maior conglomerado de redes sociais do mundo por respostas.
No domingo (26), o vice-presidente e head de pesquisa do Facebook, Pratiti Raychoudhury, publicou um longo texto no qual tenta esclarecer a pesquisa e contestar a reportagem. De acordo com Raychoudhury, o estudo revela também os benefícios do uso do Instagram: “A pesquisa demonstrou que muitos adolescentes sentiram que usar o Instagram os ajudam quando estão lutando contra momentos difíceis e problemas que enfrentaram sempre”.
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O texto também nega supostas informações implícitas e alegou que a companhia fala abertamente sobre os pontos negativos da mídia social de forma igual como trata os benefícios há mais de uma década. A ideia da avaliação interna seria um mapeamento para ajudar no trabalho de combater os pontos negativos e maximizar os positivos.
Na mira do Congresso dos EUA
Mesmo com o esclarecimento, senadores dos EUA ainda não estão satisfeitos e devem conduzir uma investigação para averiguar o suposto conhecimento prévio do Facebook sobre os riscos constatados do Instagram para adolescentes. A ideia seria expor uma suposta incapacidade da gigante em lidar com esses problemas.
Essa não é a primeira — e provavelmente não será a última — vez que a empresa fundada por Mark Zuckerberg entra na mira de parlamentares estadunidenses sobre temáticas envolvendo a saúde de jovens, tendo em vista o longo de histórico de casos relacionados ao impacto na mente e na atitude das pessoas.
Resta saber se a companhia, de fato, destinará os mesmos esforços empregados para refutar uma matéria legítima no combate aos efeitos nocivos do Instagram sobre crianças e adolescentes.
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Fonte: Canaltech